Israel desencadeou nos últimos meses uma intensa ofensiva diplomática destinada a convencer os Estados Unidos e as principais potências europeias (Reino Unido, França e Alemanha) a não recuperarem o acordo sobre o programa nuclear iraniano de 2015 (Plano de Ação Global Conjunto, JCPOA na sigla em inglês), posteriormente denunciado pela administração norte-americana de Donald Trump, que se retirou do acordo em 2018.
Desde há mais de uma semana que diversos responsáveis têm sugerido que o acordo poderá não ser renovado antes de meados de novembro, um prazo que o primeiro-ministro Lapid tenta utilizar para pressionar os ocidentais e imporem uma abordagem mais dura nas negociações.
“A única forma de impedir o Irão de possuir a arma nuclear é colocar uma ameaça credível sobre a mesa. Só assim será possível negociar um acordo mais longo e mais sólido com eles”, declarou Lapid na tribuna da Assembleia Geral.
“É necessário que seja claro para o Irão, caso avance com o seu programa nuclear, que o mundo não reagirá com palavras, mas utilizará a força”, acrescentou Lapid.
Israel, que considera o Irão o seu principal inimigo, também acusa Teerão de financiar o Hezbollah libanês e o Hamas palestiniano, dois movimentos armados estacionados junto às fronteiras do Estado judaico.
Lapid, em plena campanha para as legislativas de 01 de novembro, garantiu ainda que, apesar dos “obstáculos”, um “acordo com os palestinianos, baseado em dois Estados para os dois povos, é a melhor coisa a fazer para assegurar a segurança e a economia de Israel, e oferecer um futuro aos nossos filhos”.
As negociações de paz israelo-palestinianas estão bloqueadas desde 2014. A estratégia atual do Governo Lapid consiste em tentar apoiar a economia palestiniana sem iniciar um novo processo de paz com o chefe da Autoridade palestiniana Mahmoud Abbas, 87 anos, cada vez mais contestado a nível interno e que discursa sexta-feira na Assembleia Geral da ONU.