“Estamos a preparar uma operação de controlo de cruzamento de dados com a Segurança Social, feita pela ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho], para deteção de situações de precariedade que se conseguem facilmente identificar, nomeadamente através do decurso do prazo de contratos”, avançou no parlamento a ministra do Trabalho, Segurança Social e Solidariedade, Ana Mendes Godinho.
Falando numa audição regimental na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, a governante referiu que será “uma fiscalização inteligente e com recurso às novas tecnologias, para deteção de fenómenos inaceitáveis, como o caso de muitas pessoas que vivem a vida inteira em contratos precários, temporários”.
A este propósito, a ministra apelou aos deputados “para a importância da aprovação no parlamento da Agenda do Trabalho Digno”, considerando que será “um sinal forte dado aos trabalhadores, nomeadamente aos trabalhadores jovens, quanto ao combate à precariedade”.
“Há uma grande incidência de precariedade nos jovens, muito acima da incidência do trabalho precário em geral”, afirmou, precisando que os níveis de precariedade são “de 20% em termos genéricos”, mas de “mais de 60% nos jovens”.
“Isto é inadmissível e temos de o combater e essa é a grande motivação da Agenda do Trabalho Digno”, sustentou.