O estudo aponta que o consumo habitual de AINE está associado, a curto prazo, a uma primeira hospitalização por insuficiência cardíaca em pacientes com diabetes tipo 2.
O responsável pela investigação, Anders Holt, do Hospital Universitário de Copenhaga (Dinamarca), garantiu que "um em cada seis pacientes com diabetes tipo 2 solicitou, pelo menos, uma prescrição de AINE num ano".
O uso de AINE já foi associado a um maior risco de insuficiência cardíaca na população em geral, mas os pacientes com diabetes tipo 2 têm duas vezes mais probabilidades de desenvolver insuficiência cardíaca, pelo que os AINE “podem ser ainda mais prejudiciais nesse grupo de risco”.
O estudo acompanhou 331.189 pacientes com diabetes tipo 2 durante quase seis anos e revelou que 16% da amostra solicitou, pelo menos, uma prescrição de AINE, enquanto 3% pediu, pelo menos, três prescrições.
Durante a investigação, um total de 23.308 pacientes foram hospitalizados com insuficiência cardíaca, pela primeira vez.
O ibuprofeno foi utilizado por 12,2% dos pacientes, seguido do diclofenaco, usado por 3,3% e o naproxeno em 0,9%. O celecoxib foi utilizado por 0,4%.
No estudo, foram excluídos os pacientes que já sofrem de insuficiência cardíaca ou que possuam uma condição reumatológica que obrigue ao uso prolongado de AINE.
Anders Holt destacou que os dados sobre o uso de anti-infamatórios não esteroides de venda livre não foram incluídos na investigação, no entanto, assegurou que é um facto preocupante.
"Não podemos concluir que os AINE causam problemas cardíacos, mas os resultados sugerem que um potencial aumento do risco de insuficiência cardíaca deve ser tido em consideração ao usar esses medicamentos", concluiu.