“Os vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se numa zona onde existem condições de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente”, refere a Polícia Judiciária (PJ), em comunicado.
Segundo esta força de investigação criminal, “os incêndios consumiram vegetação herbácea, arbustiva e arbórea” e só não atingiram maiores proporções “devido à rápida e eficaz intervenção dos Bombeiros Sapadores e Voluntários de Viana do Castelo e Sapadores Florestais de Carvoeiro”.
“Os locais da freguesia onde ocorreram os incêndios são, recorrentemente e há vários anos a esta parte, alvo de ignições com natureza dolosa”, conta a PJ, acrescentando que o último incêndio registou-se em 12 de agosto.
A detida terá, de acordo com a investigação, “recorrido a chama direta para as respetivas ignições e atuou motivada por incendiarismo”.
“Regista já antecedentes policiais e criminais pela prática de crime de incêndio florestal, tendo sido condenada em pena de prisão, cuja execução se encontra suspensa”, lê-se no comunicado.
A PJ refere ainda que, comunicadas as ocorrências, realizou várias diligências “que resultaram na recolha de vasto acervo probatório e permitiram a identificação, localização e detenção fora de flagrante delito da arguida”.
A mulher vai ser hoje presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.
A detenção esteve a cargo do Departamento de Investigação Criminal de Braga da PJ, com a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução de Ignições em Espaço Rural – Zona Norte.