A Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) divulga hoje um conjunto de indicadores de privação habitacional da população residente na Região Autónoma da Madeira (RAM). Estes dados foram obtidos a partir do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) realizado em 2021.
Os resultados do ICOR de 2021 indicam que o valor da taxa de sobrelotação da habitação da Região Autónoma da Madeira (RAM) aumentou de 8,2% em 2020 para 9,0% em 2021, mantendo-se abaixo da média nacional (10,6%). Esta taxa corresponde à proporção de pessoas que viviam em alojamentos em que o número de divisões habitáveis (≥ 4 m2) era insuficiente para o número e perfil demográfico dos membros do agregado. Algarve (13,7%), A. M. Lisboa (13,0%), Norte (11,3%) e Região Autónoma dos Açores (11,2%) foram as regiões com os valores mais elevados neste indicador, surgindo o Centro (6,9%) e o Alentejo (7,1%) no polo oposto.
Disponibilizam-se ainda dois indicadores respeitantes à carga das despesas associadas à habitação, que corresponde ao rácio entre as despesas anuais associadas à habitação e o rendimento disponível do agregado, deduzindo as transferências sociais relativas à habitação em ambos os elementos da divisão. Nestas despesas incluem-se as relacionadas, água, eletricidade, gás ou outros combustíveis, condomínio, seguros, saneamento, pequenas reparações, bem como as rendas e os juros relativos ao crédito à habitação principal .
Assim, na carga mediana das despesas em habitação, a RAM surgia em 2021 com um valor de 10,5%, inferior ao observado em 2020 (10,8%) e igual à do País. Os resultados para as 7 regiões NUTSII são muito próximos, variando entre os 10,1% no Centro e os 11,8% no Algarve.
Por sua vez, a taxa de sobrecarga das despesas em habitação, isto é, a percentagem de pessoas que vivem em agregados familiares em que o rácio destas despesas em relação ao rendimento disponível (deduzidas as transferências sociais relativas à habitação) é superior a 40%, fixou-se em 4,7% em 2021, superior ao registado em 2020 (4,4%). A proporção de pessoas afetadas pela sobrecarga das despesas com a habitação em Portugal foi de 5,9% sendo mais elevada na região do Algarve (9,9%) e mais baixa no Alentejo (4,4%).