Numa comunicação intitulada "Operação verão", enviada hoje aos trabalhadores e a que a Lusa teve acesso, a presidente executiva da TAP, começa por acentuar que, apesar de os "ventos" serem ainda "instáveis", já "há um vislumbre de luz no fim do túnel" perante uma recuperação do setor da aviação e do turismo a um ritmo mais rápido do que o previsto.
No entanto, refere Christine Ourmières-Widener, "no futuro imediato, a operação deste verão é fundamental para impulsionar o bom desempenho da TAP e garantir os resultados acordados com as instituições europeias, acentuando que apenas as companhias aéreas que forem "ágeis e capazes de responder a esta excecional onda de procura reprimida, em vez de serem esmagadas por ela, serão capazes de prosperar, ou mesmo de sobreviver".
Tal resposta "exigirá um esforço de todos nós" e "podemos arrepender-nos se não aproveitarmos ao máximo a oportunidade que se nos depara", afirma a CEO da TAP.
Lembrando que, devido aos Acordos de Emergência assinados com os trabalhadores e ao Plano de Reestruturação aprovado em Bruxelas, "a TAP tem permanecido solvente e pode continuar a sua operação", a CEO classifica de "notável" o esforço diário de todos os que estão na linha da frente, mas refere que os cancelamentos e os danos que causam, "tornam a mudança de rumo muito mais difícil e prolongada".
"A planeada e desejada recuperação salarial total é uma das principais prioridades desta Comissão Executiva e faz parte da nossa Missão de recuperar a nossa empresa", lê-se na mesma comunicação aos trabalhadores, com Christine Ourmières-Widener a reforçar que tal só será viável se a TAP for capaz de cumprir os objetivos financeiros a que se comprometeu com Bruxelas.
"Se a empresa não for capaz de cumprir os seus objetivos financeiros, a Comissão Europeia irá rever a sua aprovação e este objetivo estará em risco. Mas se forem ultrapassados, então poderemos rever e talvez antecipar os calendários do Plano de Reestruturação", afirma ainda a CEO.
Neste contexto "existe um potencial vantajoso para todos se formos capazes de capitalizar as oportunidades que se apresentam já em 2022", sublinha Christine Ourmières-Widener, convidando todos os que estão na linha da frente da operação a enviarem comentários e sugestões sobre questões-chave como "o que está a travar a Equipa TAP", o que mais pode ser feito e onde estão as oportunidades que podem estar a faltar.
O ‘feed-back’ dos trabalhadores, diz a CEO, pode ser feito de forma confidencial, para o seu email, com a promessa de que analisará "pessoalmente todas as sugestões".