José Luís Carneiro esteve hoje reunido com sindicatos da PSP e, segundo estas estruturas, ficou a promessa de reuniões trimestrais.
“Desta reunião saiu um conjunto de intenções e o ministro pretende efetivamente resolver problemas e não ficar no plano de intenção. Mas os problemas são de tal vulto que não vão ter uma decisão de um dia para outro”, disse à agência Lusa o vice-presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia, Bruno Pereira.
Em cima da mesa da reunião com as estruturas sindicais esteve a Lei de Programação e Equipamentos para as polícias para os anos de 2022 e 2026 que está a ser preparada pelo Ministério da Administração Interna, estratégia para a construção de alojamento para agentes e rejuvenescimento da PSP e a reforma do sistema de gestão integrada da fronteira aeroportuária no âmbito da reestruturação do SEF.
“Estão a ser efetuados esforços, já com algum corpo, com o envolvimento dos municípios da área da Grande Lisboa para se alargar o número de alojamentos para os polícias que trabalham na Área Metropolitana de Lisboa e outros poios sociais locais, como creches”, afirmou Bruno Pereira.
O vice-presidente do sindicato dos oficiais da PSP considerou que estes benefícios sociais e a questão do alojamento “são essenciais”, não são um “benefício em termos remuneratórios, mas são uma ajuda indireta.
“É apenas uma medida que saudamos e isso deixa-nos contentes, mas isso não resolverá o problema dos polícias”, frisou, sustentando que “passará pela revisão da tabela salarial e dos suplementos”.
Bruno Pereira avançou que o ministro deu indicações de que “vai haver espaço para rever” a tabela dos suplementos, em que estão incluídos os subsídios de turno ou de piquete e relembrou que já não são atualizados desde 2009.
O vice-presidente do sindicato que representa os oficiais da Polícia ressalvou que “não se pode estar à espera de uma solução para amanhã” e defendeu também uma alteração à tabela salarial da PSP, que devia ser excluída da tabela salarial única da função pública e constitui-se “como carreira especial”.
Sobre a reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a integração dos inspetores na PSP, Bruno Pereira disse que o ministro referiu que esta mudança não depende apenas da sua tutela e que “se dependesse apenas dele teria uma bússola mais rápida”.
Por sua vez, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Policia (ASPP/PSP), Paulo Santos, afirmou à Lusa que a reunião com José Luís Carneiro foi “uma carta de intenções”, não tendo saído nada de concreto do encontro.
Segundo Paulo Santos, o ministro referiu que a Lei de Programação e Equipamentos, que abrange infraestruturas, equipamentos e viaturas para as polícias, terá uma verba de 600 milhões de euros e que o objetivo é que tenha uma taxa de execução superior ao plano que termina este ano e que começou em 2017.
O presidente da ASPP defendeu que é necessário alterar a tabela remuneratória para tornar a profissão de polícia mais atrativa, mas lamentou que a opção do Governo seja unicamente melhorar as condições de alojamento dos polícias e vários apoios sociais.
Apesar do alojamento e apoios serem importantes, Paulo Santos sublinhou que não deve haver confusões porque os salários são uma coisa diferente.
O presidente da ASPP lamentou ainda que o Governo encare a segurança interna como "uma despesa e não como um investimento".