Fontes de Downing Street, citadas pela agência espanhola de notícias Efe, indicaram hoje que o primeiro-ministro, Boris Johnson, concordou em renunciar ao cargo depois que de mais de 50 membros do seu executivo terem-se demitido em protesto contra os escândalos que marcaram o seu mandato nos últimos meses.
No entanto, Starmer, líder do principal partido da oposição britânica, pediu que Johnson não seja autorizado a permanecer no Governo enquanto é escolhido um novo líder conservador, que se tornará automaticamente primeiro-ministro.
“O seu próprio partido chegou finalmente à conclusão de que ele não está apto para ser primeiro-ministro, não deveriam poder agora impô-lo ao país durante os próximos meses”, disse Starmer em declarações à imprensa.
“Se eles não se livrarem dele, o Partido Trabalhista vai, no interesse nacional, apresentar uma moção de censura [na Câmara dos Comuns] porque não podemos continuar com este primeiro-ministro durante meses”, acrescentou.
Enquanto aguarda a eleição do novo líder do Partido Conservador, processo que levará várias semanas, Boris Johnson deu início à nomeação dos ministros que compõem o novo executivo interino, para que não haja lacunas de poder no Reino Unido.
Desde que Rishi Sunak e Sajid Javid renunciaram, na terça-feira, aos cargos de ministros da Finanças e da Saúde, respetivamente, Boris Johnson enfrentou uma catadupa de renúncias, incluindo de ministros e secretários de Estado.
Hoje, o primeiro-ministro aceitou apresentar a sua demissão, após uma conversa com Graham Brady, presidente da Comissão de 1922 – que reúne deputados conservadores sem pastas -, para decidir os passos a dar, já que é esta comissão que estabelece o calendário para escolher o substituto de Johnson.
Espera-se que o novo líder conservador seja eleito quando o congresso anual do partido for realizado, entre 02 e 05 de outubro, na cidade inglesa de Birmingham.