Por ordem do Governo de coligação do conservador Petr Fiala e contra a vontade do presidente da câmara da capital, Zdenek Hrib, membro do Partido Pirata (força política caracterizada como anti-sistema), o centro de acolhimento, gerido pelo conselho municipal e pelo executivo regional, voltará a estar operacional a partir de 11 de julho, adiantou hoje a emissora pública CT24.
O centro não vai estar, no entanto, em condições para oferecer alojamento a quem foge da guerra, mas fornecerá ajuda humanitária e assistência em processos de vistos e de tratamento de outras burocracias legais a quem pretenda aceder ao mercado de trabalho checo.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a República Checa já emitiu mais de 375 mil vistos especiais a deslocados que fogem do conflito, 90 mil dos quais escolheram Praga como o seu destino.
A situação tem sido criticada pelo presidente da câmara da capital, que tem apelado a um mecanismo de distribuição mais equilibrado entre as regiões do país.
Segundo Zdenek Hrib, Praga acolhe quatro vezes mais refugiados do que as outras zonas.
“O Governo não está a resolver com a prontidão suficiente o problema de distribuição”, disse o político, cujo partido progressista também faz parte do Governo de coligação que une conservadores, democratas-cristãos e liberais.
A República Checa assume hoje a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE).
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 16 milhões de pessoas de suas casas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para os países vizinhos -, de acordo com os dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa