Entre 1 de janeiro e 13 de junho de 2022 foram registadas "777 tentativas de travessia por pequenos barcos envolvendo 20.132 pessoas (mais 68% em relação ao mesmo período de 2021)”, revelou hoje à France-Presse o ministério.
Em 2021, estas tentativas de atravessar o Canal da Mancha, em geral por barcos insufláveis, da costa norte da França, entre Calais e Dunquerque, atingiram um "recorde", com 52.000 pessoas a tentarem e 28.000 migrantes a conseguirem, segundo dados comunicados em janeiro.
"A taxa de controlos está constantemente a aumentar, com 61,39% das travessias marítimas impedidas pelas forças de segurança interna francesas (mais 4,2 pontos em relação à taxa de 2021) e 10.090 indivíduos (mais 65%) detidos desde o início do ano", adiantou o Ministério do Interior.
O Reino Unido continua a endurecer a postura sobre o assunto e, nomeadamente, criou uma estratégia controversa de querer enviar requerentes de asilo que chegaram ilegalmente ao seu solo para o Ruanda, país com o qual chegou a um acordo denunciado por ONG e defensores dos direitos humanos.
Na passada terça-feira, um primeiro voo charter que transportava até 130 migrantes (incluindo iranianos, iraquianos, albaneses e sírios) para Kigali foi impedido ‘in extremis’ por uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), numa decisão o governo britânico voltou a descrever este fim de semana como "escandalosa" e "opaca".
O avião estava pronto para descolar de uma base militar inglesa quando o TEDH, entidade judicial do Conselho da Europa que supervisiona o cumprimento da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, travou a sua saída.
O tribunal sediado em Estrasburgo disse que a justiça britânica tem de analisar em pormenor a legalidade do plano, mas o Governo britânico reiterou a sua disponibilidade para prosseguir esta política.
"Houve um estranho revés de última hora em Estrasburgo. Vamos ver onde vai dar", disse no sábado o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
"Mas estamos serenos quanto à legalidade do que estamos a fazer e vamos continuar essa política", acrescentou.
Lusa