O petroleiro FSO Safer, ancorado no estratégico porto de Hodeida (oeste), cerca de 150 quilómetros a sul da costa saudita, contém o equivalente a pouco mais de um milhão de barris e corre o risco de partir-se a qualquer momento, explodir ou incendiar-se, segundo especialistas.
Com cerca de 45 anos, o petroleiro não é sujeito a trabalhos de manutenção desde 2015 devido à guerra que atinge o Iémen, país enredado numa das piores crises humanitárias do mundo e resultante do conflito entre o exército governamental e os rebeldes Huthis, que controlam o porto de Hodeida.
Uma coligação militar liderada pela vizinha Arábia Saudita intervém no país desde 2015 em apoio das forças governamentais.
"O Centro de Socorro e Ajuda Humanitária Rei Salman oferece 10 milhões de dólares para lidar com a ameaça de um derramamento no mar Vermelho", informou hoje a agência de notícias oficial SPA.
Em maio, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Qatar e outros países doadores prometeram 33 milhões de dólares para financiar as operações de emergência, cerca de metade dos 80 milhões de dólares pedidos pela ONU.
Um total de 144 milhões de dólares é necessário para a operação completa, que inclui a segurança completa do petroleiro, segundo a ONU.
Em caso de derramamento, por outro lado, a organização internacional estima que cerca de 20 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros) serão necessários apenas para operações de limpeza.
Na quarta-feira, a organização não-governamental (ONG) ambientalista Greenpeace pediu aos países árabes que ajam "antes que seja tarde demais", dizendo que o petroleiro ameaça não apenas "o povo do Iémen e países vizinhos", mas também "os frágeis ecossistemas da região, incluindo a biodiversidade única do mar Vermelho".
Caso contrário, alerta a ONG, será "um dos desastres ecológicos mais perigosos da história".