“Queremos ver passos concretos em vez de declarações diplomáticas inconclusivas”, disse Erdogan durante uma visita ao estaleiro naval Golcuk, na Turquia ocidental, citado pela agência espanhola EFE.
Sem especificar que medidas espera da Suécia e da Finlândia para aprovar a sua adesão à Aliança Atlântica, Erdogan acusou novamente os dois países de apoiarem as milícias curdas Unidades de Proteção Popular (YPG), que atuam no norte da Síria.
As YPG estão integradas nas Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelos curdos) e, desde o início do conflito nesta região do norte da Síria, foram apoiadas pelos Estados Unidos e outros países ocidentais no combate aos ‘jihadistas’ do grupo Estado Islâmico.
A Turquia diz que as milícias YPG são uma extensão síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que considera uma organização terrorista.
Erdogan disse que já explicou por diversas vezes durante encontros com dirigentes europeus, e apoiado por documentos, que as YPG são uma “organização terrorista, proveniente do PKK”.
Numa aparente alusão à receção de combatentes do YPG no parlamento sueco, Erdogan condenou o facto de os “líderes terroristas sírios terem sido recebidos com tapetes vermelhos”.
Criticou também a imposição de sanções militares a Ancara por parte de Estocolmo por causa das operações militares turcas em curso no norte da Síria.
“Não podemos esquecer a sanção que a Suécia nos impõe agora, não há nenhuma explicação legítima para isto”, disse.
A Suécia e a Finlândia formalizaram as candidaturas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em 18 de maio, pondo fim a uma política histórica de não-alinhamento.
A decisão dos dois países nórdicos foi motivada pela decisão da Rússia de invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Em reação à candidatura nórdica à NATO, a Rússia anunciou a criação de 12 bases na sua fronteira ocidental até ao final do ano.
A Rússia partilha uma fronteira terrestre de 1.340 quilómetros com a Finlândia e uma fronteira marítima com a Suécia.