Segundo António Nunes, tem aumentado nos últimos dias o número de transportes efetuados pelas corporações de bombeiros para os hospitais com doentes covid-19, especialmente na região Norte, mas há falta de equipamento de proteção individual, além dos encargos com a desinfeção das ambulâncias.
A estes dois problemas, de acordo com a LBP, acresce ainda o tempo em que as ambulâncias estão atualmente nas urgências dos hospitais com doentes, que chega às seis horas.
“O Ministério da Saúde tem de ter consciência de que a evolução do número de casos de covid-19 que estão neste momento a ser transportados pelos corpos de bombeiros vai obrigar a que haja um programa especial de apoio para que não ocorra aquilo que aconteceu há dois anos em que houve quase necessidade de implorar essa situação [equipamento de proteção individual]”, disse António Nunes aos jornalistas à margem de uma cerimónia que decorreu no Ministério da Administração Interna.
O presidente da LBP considerou que as entidades da saúde têm de fornecer as corporações de bombeiros com o equipamento de proteção individual ou têm de ressarcir as verbas gastas com esse material, que é diário.
António Nunes recordou que, desde 2012, que o Ministério da Saúde não atualiza os valores gastos pelas corporações dos bombeiros no transporte de doentes não urgentes.
“Há dificuldades sobre as quais temos vindo a insistir junto do Ministério da Saúde de há três meses a esta parte face ao aumento dos combustíveis. Se somarmos agora o aumento dos custos dos materiais, as desinfeções que é preciso fazer e as dificuldades nas urgências de alguns hospitais, em que as ambulâncias aguardam para que sejam entregues os doentes, isto é uma situação complexa”, precisou.
O responsável recordou que “os bombeiros estão presentes, mas têm capacidades limitadas, quer em número de viaturas, quer em número de equipas, quer até nas suas tesourarias”.
“Para se ter um sistema de transportes de doentes, os bombeiros têm de ser ressarcidos das suas despesas. Os bombeiros têm de estar protegidos com equipamentos devidamente distribuídos ou pagos pelo Estado e as urgências hospitalares têm de funcionar”, disse ainda.
Lusa