“Tendo em conta a política hostil do Reino Unido em relação ao nosso país e para evitar prejuízos financeiros e outros problemas, aconselhamos os cidadãos russos a absterem-se, se possível, de viajar para o Reino Unido e de obter vistos daquele país”, avançou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
O ministério russo referiu que, nos últimos tempos, tem recebido inúmeras queixas de cidadãos russos que afirmam ser “praticamente impossível ou muito difícil” obter vistos do Reino Unido, garantindo que a Rússia irá agir da mesma maneira com os britânicos “enquanto a situação não se normalizar”.
Segundo Moscovo, não são só os turistas que têm dificuldades em obter vistos do Reino Unido, mas também os russos que têm contratos de trabalho naquele país ou que querem visitar os seus familiares.
“Falámos dessa situação inaceitável à embaixada britânica em Moscovo e exigimos explicações claras sobre a essência do problema”, acrescentou o ministério russo.
A diplomacia russa qualificou como “inaceitáveis” as declarações britânicas de que os serviços consulares do Reino Unido dão prioridade ao processamento de pedidos de visto para refugiados ucranianos, o que atrasa o exame dos pedidos russos.
Além disso, sublinhou o ministério russo, a situação é agravada pelo facto de as taxas consulares terem de ser pagas com cartão de crédito num portal britânico de internet, mas esse portal não aceitar os cartões de bancos russos devido às sanções ocidentais contra a Rússia pela sua “operação militar especial” na Ucrânia.
O Governo do Reino Unido, liderado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, tornou-se um dos principais aliados da Ucrânia contra a Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa