“A obra da substituição do relvado vai rondar os 500 mil euros, em que 50% são custos de transporte e aqui reflete-se o peso que a insularidade tem no investimento que o Marítimo vai fazer”, destacou à agência Lusa o presidente ‘verde rubro’, garantindo que a alteração no relvado é sem dúvida uma “grande necessidade” devido ao passado recente.
A obra que consiste na retirada de 30 centímetros de profundidade, colocação de uma nova drenagem e equipamento de rega “mais moderno, que funcionará automaticamente com recurso a uma programação que permitirá apenas regar as zonas necessárias” tem arranque previsto para 16 de maio, dois dias após a receção ao Portimonense para a última jornada da I Liga.
“Entre as 08:00 e as 09:00 da manhã vão começar a entrar as máquinas para iniciar os trabalhos, porque tudo isto tem de ser muito rápido, porque a época está a acabar, mas daqui a uns dias já está a começar outra vez”, afirmou o dirigente de 68 anos, reforçando que a relva tem de estar concluída a tempo “para ter um prazo de inatividade, para quando se iniciar o [próximo] campeonato estar em condições de a equipa jogar”.
O emblema insular teve o seu estádio interdito devido às condições do relvado [instalado no início da época 2016/17] ao fim de duas jornadas disputadas, tendo recebido duas avaliações negativas, nomeadamente de 2,06 – numa escala de zero a cinco -, diante do Sporting de Braga (0-2), na ronda inaugural, e de 1,67, na terceira jornada, frente ao FC Porto (1-1).
A solução encontrada ainda sob a presidência de Carlos Pereira foi realizar os jogos no Estádio da Madeira, reduto do Nacional. Foram disputadas três partidas na casa do conterrâneo, diante do Arouca (2-2), Moreirense (0-0) e Gil Vicente (1-2).
Para o presidente que assumiu o cargo pela segunda vez em 05 de novembro último, os ‘alvinegros’ demonstraram com tal atitude que os “interesses da Madeira estão acima de qualquer rivalidade clubística”.
Para regressar a casa o mais rapidamente possível, e já sob a alçada de Rui Fontes, foi colocado no ‘caldeirão’ um tapete de relva de cerca de 300 metros quadrados.
O primeiro jogo ‘dentro de portas’, em 28 de novembro, coincidiu com a estreia de Vasco Seabra, que sucedeu a Julio Velázquez no comando técnico dos insulares à 12.ª jornada, fato, que segundo Rui Fontes, poderá ter tido alguma influência no que se seguiu.
“Aquele ambiente negativo que andava à volta da equipa, transformou-se num ambiente positivo e todos nós sabemos que a nossa cabeça é fundamental em tudo aquilo que fazemos na vida”, frisou o líder dos ‘leões do Almirante Reis’.
Para além da substituição do ´tapete’ serão realizadas algumas alterações nas infraestruturas circundantes antes do arranque da edição 2022/23 da I Liga, nomeadamente, a alteração da tribuna presidencial para o andar inferior, de forma “a cumprir o projeto aprovado”, que por razões que desconhece não foi cumprido.
“Todo o projeto do estádio baseou-se nisso, portanto, a tribuna era naquela zona e toda ela foi construída para isso. A parte de cima [atual localização] vê-se que não está bem, não tem visibilidade da linha lateral para trás. É também uma zona um pouco inclinada e com falta de condições de conforto, não nas cadeiras, mas sim de casas de banho, porque neste momento não as possui”, explicou o presidente maritimista.
A bancada de imprensa também vai mudar de localização, de forma a promover “mais condições do que aquelas que apresenta neste momento”.
“Vamos mudar igualmente todos os serviços do clube, nomeadamente da direção e parte da SAD para o estádio, para dar vida ao recinto desportivo”, adiantou o dirigente, enfatizando que o estádio “para ter vida, precisa de ter gente lá dentro”.
Lusa