"De acordo com a experiência internacional, a remoção de minas pode levar de cinco a 10 anos", disse Bondar, para quem uma das maiores consequências negativas da invasão russa da Ucrânia é a enorme contaminação do território por explosivos, incluindo aqueles proibidos por convenções internacionais.
Bondar esclareceu que o Exército russo usou sistemas de minas controladas remotamente, criou campos minados em cidades populosas e deixou um grande número de dispositivos explosivos.
Estes últimos são, na sua opinião, especialmente perigosos e foram colocados de forma específica para representar uma ameaça e um perigo mortal para os civis.
"Estas minas e munições foram descobertas nas regiões de Kiev, Chernigiv, Kharkiv, Sumy, Mykolaiv, Zaporijia, Dnipro, Donetsk e Lugansk", acrescentou, referindo que representa uma grande parte do território ucraniano.
O número total de minas e bombas de fragmentação, entre outros dispositivos explosivos especialmente instalados, representa aproximadamente 10% do total de detetados e neutralizados até ao momento.
Segundo o responsável, depois de as Forças Armadas da Ucrânia libertarem cidades e vilarejos, estão a ser tomadas medidas prioritárias para a desminagem, que incluem inspeções de cidades, estradas e edifícios, trabalho de equipas de emergência em linhas de energia, tubagens de gás e água.
“Atualmente, a implementação destas medidas permitiu-nos iniciar um processo escalonado de monitorização e desminagem de terrenos agrícolas. Fazemos todo o possível para que as empresas agrícolas possam realizar a campanha de semeadura da primavera”, sublinhou Bondar.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa