Esta nova entidade “é também talvez um meio de encontrar estabilidade e uma forma de cooperação com países como o Reino Unido, que decidiu deixar a nossa União Europeia mas que pode ocupar todo o seu lugar nesta comunidade política”, declarou o chefe de Estado francês no decurso de uma conferência de imprensa em Berlim, acompanhado pelo chanceler alemão, Olaf Scholz.
Ao reagir a esta proposta, Scholz considerou “muito interessante” a ideia de Macron em fomentar uma “comunidade política europeia”, que possa acolher o Reino Unido ou a Ucrânia.
“Devo dizer expressamente que se trata de uma proposta muito interessante”, declarou o dirigente germânico durante a conferência de imprensa comum.
Previamente, perante o Parlamento Europeu, Macron tinha proposto em Estrasburgo (leste da França) esta nova entidade, em particular para a Ucrânia.
“A União Europeia, tendo em consideração o seu nível de integração, não pode ser a curto prazo a única forma de estruturar o continente europeu”, sublinhou Macron durante um ato que assinalou a conclusão do trabalho em torno da Convenção para o futuro da Europa, iniciado há um ano por sua iniciativa.
Macron indicou que a Ucrânia “pela sua luta e a sua coragem já é membro de coração da nossa Europa, da nossa família”, mas é necessário realismo e “todos sabemos que o processo de adesão [à UE] demorará vários anos, e na realidade várias décadas”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.