Os embaixadores dos países da UE estiveram hoje reunidos, durante aproximadamente uma hora e meia, mas não conseguiram alcançar um acordo, mantendo-se o embargo petrolífero como o principal entrave ao sexto pacote de sanções contra o Kremelin, segundo fontes diplomáticas, citadas pela agência EFE.
Em causa está, sobretudo, a dependência de alguns países face à importação de petróleo da Rússia.
Contudo, alcançaram-se “avanços muito importantes”, apesar de ainda haver trabalho a fazer para chegar a um acordo.
Em particular, Budapeste, Bratislava e Praga querem assegurar um abastecimento suficiente para quando deixarem de importar crude russo, do qual são dependentes.
Na próxima semana, a UE vai continuar com os contactos “a todos os níveis” para chegar “o mais rápido possível” a um acordo, adiantaram as mesmas fontes.
O executivo comunitário quer proibir as importações de petróleo Russo para a União Europeia por seis meses, após a entrada em vigor das sanções.
No caso do petróleo refinado, a suspensão decorre durante oito meses.
As sanções também vetariam todos os possíveis serviços de assistência técnica, direta ou indireta e todo o serviço de intermediação, incluindo a financeira e os seguros, que estejam relacionados com a proibição ao petróleo russo.
Além disso, para evitar que os petroleiros russos possam se esquivar das sanções, o texto pede a proibição do transporte de petróleo russo em todas as suas formas, incluindo transferências de carga “navio a navio” de embarcações russas para outras de outros países.
Na frente financeira, Bruxelas propõe adicionar o Sberbank, o maior banco russo, à lista de instituições bancárias russas excluídas do sistema de transações internacionais Swift, assim como o Banco Agrícola da Rússia, 100% do Estado, e o Banco de Crédito de Moscovo.
Bruxelas também propôs sancionar pessoas, como o coronel russo conhecido como “talhante de Bucha” ou o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, e 20 empresas ligadas ao Ministério da Defesa ou ao Exército russo, além de três meios de comunicação social.
Países como a Hungria, a Eslováquia ou a República Checa pedem que o período de transição para se livrarem deste combustível seja mais longo, apesar de Bruxelas ter levantado uma exceção para Budapeste e Bratislava.
Embora não tenha sido incluída originalmente no acordo, Praga também pediu publicamente um adiamento de dois ou até três anos para se desvincular do petróleo russo.