O ataque, que ocorreu quando Guterres visitava a região, realça os riscos para as pessoas que desejam regressar às suas casas depois de terem fugido à violência naquela zona da Nigéria, epicentro de uma insurreição que se arrasta há duas décadas.
De acordo com fontes locais, membros do grupo Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP), que se deslocaram em motos e em camiões equipados com metralhadoras, invadiram a aldeia de Kautikeri, perto da cidade de Chibok, na terça-feira à tarde, abrindo fogo sobre os residentes.
"Recuperámos sete corpos depois do ataque dos terroristas, que vieram da floresta de Sambisa", um esconderijo importante dos grupos extremistas islâmicos, disse Samson Bulus, um residente de Kautikeri, em declarações à agência France-Presse.
“Os combatentes saquearam muitos estabecimentos antes de os incendiar”, acrescentou a mesma fonte.
Não ainda é possível determinar se algum residente foi raptado pelos atacantes, uma vez que muitos dos moradores da aldeia passaram a noite no mato e ainda não regressaram às suas casas, revelou um funcionário local de Chibok, Ayuba Alamson.
O exército nigeriano não confirmou ainda este ataque, mas Alamson confirmou o mesmo número de sete mortos resultantes do mesmo.
Numa visita esta terça-feira à tarde a Maiduguri, a capital estadual, a 110 quilómetros de Kautikeri, António Guterres sublinhou como essencial a criação de "condições seguras, condições para o desenvolvimento, para que possam regressar a casa em segurança e dignidade" os milhões de deslocados provocados pela insurgência extremista islâmica.
Em fevereiro último, de acordo com fontes locais, o ISWAP já tinha atacado Kautikeri, matando três aldeões, um mês após ter morto dois outros residentes e raptado 20 crianças na aldeia vizinha de Pyemi.
A insurreição extremista islâmica no nordeste da Nigéria já matou mais de 40.000 pessoas e deslocou 2,2 milhões.