“Foi decidido interditar definitivamente” a entrada de 63 cidadãos japoneses na Rússia, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado, acusando o Governo de Kishida de ter “lançado uma campanha antirrussa sem precedentes”.
Entre as pessoas proibidas de entrar na Rússia contam-se, segundo a agência de notícias do Japão Kyodo, vários membros do Governo japonês, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yoshimasa Hayashi, o ministro da Defesa, Nobuo Kishi, e o porta-voz, Hirokazu Matsuno.
As relações entre o Japão e a Rússia deterioram-se muito quando o Japão declarou oito diplomatas russos como ‘persona non grata’, no final de abril, exigindo a sua saída do país até ao dia 10 de maio, na sequência da guerra na Ucrânia.
A decisão levou a uma reação idêntica da Rússia, tendo o Kremlin (presidência russa) decidido expulsar também oito diplomatas japoneses.
Segundo disse na altura o embaixador russo, a responsabilidade pela deterioração das relações bilaterais “é inteiramente do Governo japonês, que optou por rejeitar relações amistosas e construtivas com a Rússia”.
A posição foi hoje reiterada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo ao alegar que “o Governo de Fumio Kishida iniciou uma campanha antirrussa sem precedentes, adotando uma retórica inaceitável em relação à Rússia, que inclui calúnias e ameaças diretas”.
Segundo o ministério, a lista de entidades proibidas de entrar na Rússia inclui também “personalidades públicas e especialistas e representantes da imprensa”, que “seguem o discurso tendencioso do ocidente”.
“Tóquio está a tomar medidas práticas destinadas a desmantelar as relações de boa vizinhança, prejudicando a economia russa e o prestígio internacional do nosso país", acrescentou o ministério russo, admitindo que também foram tidas em consideração as sanções pessoais impostas por Tóquio contra cidadãos russos.
O Japão também se juntou aos países do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) na aplicação de sucessivas sanções a Moscovo.
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.