"O crédito bonificado não é a solução para habitação em Portugal. Nós não temos apenas um dos Estados mais endividados, temos também, infelizmente, das famílias mais endividadas do mundo. A principal razão do endividamento das famílias portuguesas é o crédito à habitação", disse Pedro Nuno Santos, durante o debate na generalidade da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), na Assembleia da República.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação respondia a um pedido de esclarecimento de Inês Sousa Real, deputada do PAN, sobre se estaria disponível para acompanhar a proposta que o partido irá apresentar para que jovens, com idades compreendidas entre 18 e 35 anos, possam ter acesso à taxa de juro bonificado.
"Essa não é hoje a solução correta para dar resposta aos problemas do acesso à habitação. Não queremos mais novas famílias portuguesas com uma mochila de dívida até ao final das suas vidas. Hoje temos de conseguir encontrar outras coisas", afirmou Pedro Nuno Santos.
Em resposta ao deputado Filipe Melo, do Chega, que considerou existir insegurança nos comboios, levando a pouca utilização, o ministro da tutela considerou que "o problema não é a insegurança, é a falta de comboios e da rede ferroviária", frisando que “todos os comboios suburbanos têm câmaras de vigilância".
Pedro Nuno Santos esclareceu ainda, em resposta ao deputado Rui Tavares, do Livre, sobre a execução dos projetos de ferrovia que "o objetivo em matéria de linha de alta velocidade” é conseguir fazer “a ligação até 2030” e acrescentou que em breve será apresentado “ao país o modelo de financiamento, de construção e de exploração dessa linha".
Na reta final do tempo de resposta de Pedro Nuno Santos à ronda de pedidos de esclarecimentos, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, chamou a atenção ao ministro para os limites de tempo de intervenção, recordando que o Governo ainda teria a intervenção de outro elemento do executivo, mas Pedro Nuno Santos não se apressou.
"Senhor presidente, agradeço muito a sua intervenção, vou agora dar resposta à última questão no tempo, que é gerido pelo Governo", disse.