"É muito provável, mas a decisão ainda não foi tomada", adiantou Tytti Tuppurainen à estação britânica Sky News, dias depois da diplomacia russa ter alertado que a eventual adesão da Finlândia e da Suécia à aliança teria consequências para estes dois países e não contribuiria para a segurança na Europa.
Na quarta-feira, durante uma viagem à Suécia, que também está a ponderar a adesão, a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, avançou que a decisão de uma candidatura será tomada "dentro de algumas semanas", após um debate parlamentar sobre o assunto.
"Os finlandeses parecem ter tomado a sua decisão e já há uma grande maioria a favor da adesão à NATO", considerou Tytti Tuppurainen.
O apoio da população da adesão da Finlândia à Aliança Atlântica, país que tem uma fronteira de cerca de 1.300 quilómetros com a Rússia, manteve-se estagnado nas últimas décadas em cerca de 20 a 25%, mas quase triplicou recentemente, estando agora acima dos 60%, segundo a agência France-Presse.
Recentemente, o antigo Presidente russo e atual “número dois” do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, alertou que, se a Finlândia ou a Suécia aderirem à organização, a Rússia reforçará os seus ativos militares, incluindo nucleares, no Mar Báltico e perto da Escandinávia.
A Rússia já tem fronteiras com cinco membros da NATO: Estónia, Letónia, Lituânia, Noruega e Polónia.
As autoridades de Moscovo consideram a NATO como uma ameaça existencial e justificaram a invasão da Ucrânia com o objetivo de travar o avanço da NATO a Leste, dado que Kiev pretendia aderir à aliança militar ocidental.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa