“Desde a meia-noite de hoje, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) registou cerca de 700 sismos de baixa magnitude e não foi sentido [pela população] nenhum sismo na ilha de São Jorge”, adiantou o presidente Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA).
Após o briefing diário na Câmara Municipal das Velas, Eduardo Faria referiu que, nos últimos dias, tem sido registada uma “constância no que diz respeito ao número e à magnitude dos sismos”, mas salientou que a população da ilha deve manter-se alerta.
“Apesar de a magnitude dos sismos ter reduzido ligeiramente e estar no limiar entre os sentidos e não sentidos, as populações devem manter-se atentas, não devem relaxar e devem manter as medidas de autoproteção”, alertou o responsável do SRPCBA.
Eduardo Faria avançou ainda que o CIVISA vai analisar a informação do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias segunda a qual o volume estimado de uma possível intrusão de magma na ilha de São Jorge é de cerca de 20 milhões de metros cúbicos, comparável ao registado pela deformação do solo antes da erupção do Cumbre Vieja, em La Palma, em 2021.
“Esta situação vai ser analisada e logo que haja alguma resposta e alguma conclusão por parte do CIVISA, nós transmitiremos, mas evidentemente estamos atentos a esta situação”, assegurou..
Eduardo Faria salientou ainda que, tal como a população não deve relaxar pelo facto de as magnitudes estarem mais reduzidas e não se terem sentido sismos nas últimas horas, “também não deve entrar em pânico com informações que não são emitidas pelas entidades oficiais”.
A ilha de São Jorge contabilizou mais de 20 mil sismos, mais de 200 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sísmica em 19 de março, segundo os dados oficiais.
O número de sismos registados é mais do dobro do total contabilizado em toda a Região Autónoma dos Açores durante o ano de 2021.
A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.
Lusa