Numa declaração à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres anunciou que pediu “a Martin Griffiths que explorasse imediatamente com as partes envolvidas no conflito a possibilidade de acordos para um cessar-fogo humanitário na Ucrânia".
Questionado pelos jornalistas sobre detalhes da tarefa confiada ao subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Guterres disse que o seu adjunto regressa de Cabul, onde está atualmente, e "espera poder ir a Moscovo e a Kiev o mais rápido possível".
"Desde o início da invasão russa, há um mês, a guerra levou à perda sem sentido de milhares de vidas, ao deslocamento de 10 milhões de pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, e à destruição sistemática de infraestruturas essenciais" na Ucrânia, denunciou Guterres.
"Isto tem de parar", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.
Na passada quinta-feira, a Assembleia-Geral da ONU aprovou, por esmagadora maioria de 140 votos, uma nova resolução "histórica" mas não vinculativa que "exige" que a Rússia pare "imediatamente" a sua "agressão" contra a Ucrânia.
As autoridades ucranianas insistiram hoje na preocupação especial com o agravamento da situação na cidade portuária sitiada de Mariupol, onde pelo menos 5.000 pessoas terão já morrido segundo Kiev, na véspera de novas conversações entre negociadores russos e ucranianos, em Istambul.
A Rússia desencadeou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo quase 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos, e a ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.