A recolha de fundos para a conservação do habitat do fura-bardos, ave de rapina da Madeira, ficou aquém das expetativas e o projeto enfrenta agora "grandes desafios", informou hoje a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
A instituição explica, em comunicado, que iniciou a campanha em novembro de 2016 e pretendia angariar 55 mil euros, mas ficou-se pelos 3100 euros, um valor "bem longe da meta ambicionada".
Os trabalhos de estudo e conservação do fura-bardos e da floresta Laurissilva, o seu habitat natural, ficam assim em risco, mas a delegação da Madeira da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves assegura que "não irá cruzar os braços".
A ave de rapina foi, entretanto, alvo de um projeto europeu – o Life Fura-bardos -, que teve início em 2013 e termina em junho deste ano, sendo coordenado pela SPEA, em parceria com o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza e a Sociedade Espanhola de Ornitologia.
"A seis meses do fim do projeto é necessário assegurar que os cerca de 100 hectares de Laurissilva, recuperados ao longo do projeto, se mantêm livres de espécies invasoras", lê-se no comunicado, onde se realça que a monitorização da população de fura-bardos, uma subespécie presente apenas na Madeira e Canárias, será importante para que o seu estatuto de conservação.
A SPEA sublinha, no entanto, que continuará os esforços para angariação de apoios, parceiros e fundos alternativos.
Lusa