Uma portuguesa, estudante internacional de Ciências Médicas no Canadá, foi distinguida com o ‘International Fee Differential Award’ pela Universidade de Toronto, um prémio no valor de 6.000 dólares canadianos (4.400 euros).
O objetivo deste prémio é ajudar ao pagamento das propinas, que no caso de alunos estrangeiros são cerca de 20.000 dólares (14.765 mil euros) anuais.
"Esforcei-me imenso. É o reconhecimento do meu esforço. Desde que começaram as aulas (setembro de 2014), até abril, passei os fins de semana a estudar, além de durante a semana frequentar as aulas. Tive sempre a nota máxima (A +)", disse à agência Lusa Carina Freitas, natural do Funchal.
Segundo uma nota da Universidade de Toronto, o Instituto de Ciências Médicas "valoriza a contribuição (de Carina Freitas) pela excelência académica", e acrescenta esperar por "futuras excelentes prestações".
Carina Freitas reconhece que o inverno "muito rigoroso" do Canadá foi a chave para o sucesso. "Ajudou a ficar mais tempo em casa a estudar", justificou.
Em Portugal, Carina Freitas formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (1994-2000), fez o Internato Geral Médico no Centro Hospitalar do Funchal (2001-2002), especializou-se em Psiquiatria de Infância e da Adolescência no Hospital de Dona Estefânia (2003-abril de 2008).
Entre maio de 2008 e 2014 exerceu a atividade clínica no Serviço de Pedopsiquiatria no Hospital Nélio Mendonça, no Funchal, e atualmente encontra-se de licença sem vencimento.
Além da Medicina, Carina Freitas tem outra paixão: a música. Além de cantora, também é compositora e desde muito cedo participou em vários festivais da canção, tendo lançado em 2006 "Alquimia", um álbum de pop-rock com temas originais.
Com um mestrado em Neurociências pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Carina Freitas tem um interesse particular em Neurociências da música:
"Quero juntar as três áreas de interesse, ou seja, as Neurociências, a Pedopsiquiatria e a música num projeto que estuda a perceção e a cognição musical das crianças com perturbações do espectro do autismo, utilizando técnicas modernas de neuroimagem", revelou.
Segundo Carina Freitas, "a relevância do estudo é que vai permitir compreender como o cérebro das crianças autistas reage à música, ajudando a delinear novas intervenções terapêuticas como a musicoterapia".
Desde setembro de 2014 no Canadá, em resultado do seu casamento, Carina Freitas está satisfeita com a experiência e o objetivo agora passa por uma maior integração com a comunidade portuguesa em Toronto.