A prioridade mantém-se na cidade portuária de Mariupol sitiada pelas forças russas e onde a população está exposta à violência do ataque armado, à fome e ao frio.
A vice-primeira ucraniana Iryna Vereshchuk disse através de uma mensagem gravada em vídeo que as autoridades da Ucrânia estão novamente a tentar enviar ajuda para Mariupol e retirar civis para a cidade de Zaporizhzia.
A operação foi tentada várias vezes sem sucesso devido aos ataques da artilharia russa que atingiu os corredores humanitários que tinham sido previamente estabelecidos.
Vereshchuk disse ainda que vários autocarros devem ser enviados para diferentes pontos da periferia de Kiev para o transporte de civis para o centro da cidade, assim como para enviar ajuda humanitária para as populações que se encontram em locais de onde estão impedidas de sair.
As operações humanitárias vão ser igualmente tentadas nas cidades de Kherson (sul), Chernihiv (norte) e Kharkiv (leste), assediadas pelas forças russas desde o dia 24 de fevereiro.
Por outro lado, as autoridades ucranianas indicaram que os ataques da Rússia atingiram os aeroportos das cidades de Ivano-Frankiivsk e Lutsk, na zona ocidental do país.
O autarca de Ivano-Frankiivsk pediu aos residentes para procurarem abrigo sempre que forem emitidos os alertas de bombardeamentos, sobretudo, contra a zona do aeroporto da cidade.
Um comunicado das Forças Armadas da Ucrânia emitido hoje refere que as forças russas continuam a ofensiva contra a cidade de Kiev a partir de pontos situados no noroeste e leste da capital tentando neutralizar as defesas de Kukhari, a 90 quilómetros e em Demidov, a 40 quilómetros a norte da cidade.
O mesmo comunicado indica que as tropas russas estão a tentar tomar a parte norte da cidade de Chernihiv, a bloquear Kharkiv tendo-se registado também ofensivas nas cidades de Mykolaiv, Zaporizhzhia e em Kryvyi, a cidade natal do presidente ucraniano Volodomyr Zelensky.
As Forças Armadas da Ucrânia dizem que o mau tempo que se faz sentir no Mar de Azov e no Mar Negro impediu um desembarque de forças da Marinha de Guerra da Rússia.
Em Dnipro, leste da Ucrânia, ataques aéreos russos atingiram zonas industriais e residenciais, nomeadamente um infantário e um prédio de apartamentos.
Paralelamente, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, a União Europeia e o G7 devem tomar medidas para revogar o estatuto comercial da Rússia por causa da invasão da Ucrânia.
Uma fonte da Administração norte-americana disse à Associated Press que a Casa Branca está em contacto com todas as partes para retirar o estatuto que permite à Rússia estabelecer "relações comerciais normais e permanentes".
A fonte, que não foi identificada, explicou que a medida vai permitir a imposição de novas tarifas às importações dos produtos russos nos mercados externos.
Em Pequim, o primeiro-ministro Li Keqiang considerou "grave" a situação na Ucrânia, afirmando que Pequim pode desempenhar um "papel positivo" no sentido da paz.
Mesmo assim, a República Popular da China evitou mais uma vez criticar a Rússia pela invasão.
"Nós apoiamos e encorajamos todos os esforços que conduzam ao estabelecimento da paz", disse Li Keqiang aos jornalistas numa conferência de imprensa em Pequim.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.