Este é um número de magnitude sem precedentes num único dia, muito mais do que durante a onda de protestos no início de 2021 em todo o país contra a prisão do opositor russo Alexei Navalny.
Navalvy, que atualmente se encontra preso, convocou os russos a manifestarem-se todos os dias na praça principal das suas cidades para exigir a paz na Ucrânia, apesar de a ameaça de pesadas penas de prisão.
No domingo, cerca de 2.300 pessoas foram detidas somente em Moscovo e 1.253 em São Petersburgo, segundo a OVD-Info. Pelo menos 320 destas pessoas passaram a noite na esquadra, segundo a mesma fonte.
As manifestações também aconteceram em dezenas de cidades de tamanho médio em todo o país. Vários ativistas publicaram vídeos a mostrar detenções violentas por parte da polícia sobre os manifestantes.
Para impedir qualquer crítica, as autoridades russas aprovaram na sexta-feira uma lei que proíbe "informações falsas" sobre as atividades do exército russo na Ucrânia. De acordo com esta lei, as penas variam de multa a 15 anos de prisão.
Aqueles que se manifestarem ou convocarem manifestações contra a presença militar russa na Ucrânia também serão multados, de acordo com um novo artigo do código administrativo que proíbe ações públicas "desacreditando as forças armadas".
Se repetidos, esses crimes podem ser punidos com até três anos de prisão.
Nos últimos anos, dezenas de manifestantes também foram condenados a duras penas de prisão por “violência contra a polícia”, motivos considerados por muitas ONG inventados ou altamente exagerados.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Lusa