O limiar de 20 óbitos por um milhão de habitantes a 14 dias constitui também a referência que o Governo definiu para o país passar para um nível sem restrições.
Apesar de ainda elevado, o valor de 41,1 óbitos corresponde a uma diminuição de 13% relativamente ao relatório anterior (52 óbitos por um milhão de habitantes), o que revela uma "tendência decrescente do impacto da pandemia na mortalidade".
O documento da DGS e do INSA indica ainda que o número de doentes em cuidados intensivos corresponde agora a 35% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas nestas unidades, quando na semana anterior foi de 42%.
"O número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos mantém uma tendência decrescente" e o grupo etário com maior número de pessoas internadas na medicina intensiva é o das pessoas dos 60 aos 79 anos, adiantam as "linhas vermelhas".
Segundo o documento, a frequência relativa da linhagem BA.1 da variante Ómicron está nos 32,5% e com tendência decrescente, mas a linhagem BA.2, considerada transmissível, já é "claramente dominante" no país, representando 67,5% das infeções na quinta-feira.
A análise de risco da pandemia sublinha também que o índice de transmissibilidade (Rt) do SARS-CoV-2 "subiu na maioria das regiões", apesar de estar abaixo de 1 em todas, o que indica uma tendência decrescente da incidência de infeções pelo coronavírus.
No Norte o Rt passou de 0,61 para 0,64, no Centro de 0,74 para 0,81 e em Lisboa e Vale do Tejo de 0,77 para 0,82, enquanto no Alentejo manteve-se em 0,82 e no Algarve desceu de 0,81 para 0,80.
"Há uma tendência decrescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários. O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada é o das crianças e jovens entre os 10 e os 19 anos de idade", avança o relatório.
A DGS e o INSA reafirmam que as pessoas com um esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a sete vezes menor do que os cidadãos não vacinados, entre o total de pessoas infetadas em dezembro e que, nos idosos com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por covid-19 em quase quatro vezes em relação a quem tem a vacinação primária completa.
"Dada a redução da incidência que tem vindo a ser observada, deverá manter-se a tendência decrescente no impacto nos serviços de saúde e na mortalidade, devendo manter-se a vigilância da situação epidemiológica e recomendando-se a manutenção das medidas de proteção individual e a vacinação de reforço", conclui o relatório.