“Posso confirmar que Roman Abramovich foi contactado pelo lado ucraniano para apoio na obtenção de uma resolução pacífica, e que tem tentado ajudar desde então”, disse a porta-voz, citada pela televisão Al Jazeera.
A porta-voz recusou-se a comentar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, bem como o envolvimento de Abramovich, “considerando o que está em jogo”.
O envolvimento de Abramovich na mediação do conflito foi inicialmente noticiado pelo jornal britânico Jewish News, que disse que as autoridades ucranianas tinham contactado o empresário russo através dos seus contactos judeus na Ucrânia.
O Presidente da Ucrânia é filho de judeus e tem familiares que morreram no Holocausto, segundo a imprensa israelita.
Roman Abramovich naturalizou-se português em abril de 2021, por ser descendente de judeus sefarditas expulsos de Portugal no século XV.
O realizador cinematográfico ucraniano Alexander Rodnyansky disse que Abramovich foi o único a responder aos pedidos da Ucrânia.
“Posso confirmar que o lado ucraniano tem tentado encontrar alguém na Rússia disposto a ajudá-los a negociar a paz. Eles têm uma relação com ele através da comunidade judaica e pediram-lhe ajuda”, disse Rodnyansky, citado pela agência espanhola EFE.
“Embora a influência de Abramovich seja limitada, ele é o único que respondeu aos seus pedidos de ajuda”, acrescentou.
Abramovich anunciou no fim de semana que ia deixar a administração do Chelsea nas mãos da fundação do clube, devido ao atual impasse do Reino Unido com a Rússia.
Alguns meios de comunicação de Israel, país que atribuiu um passaporte a Abramovich, avançaram que o bilionário russo está presente nas conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia na Bielorrússia, mas a informação ainda não foi confirmada.
As conversações realizam-se no quinto dia de combates na Ucrânia, que foi novamente invadida pela Rússia, depois de ter perdido a península da Crimeia para Moscovo em 2014.
A ofensiva russa provocou já centenas de mortos e meio milhão de refugiados.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, com muitos países e a União Europeia (UE) a imporem sanções económicas duras contra interesses russos, incluindo nos setores da banca e da aviação.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia, lançada na quinta-feira de madrugada, visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
A Assembleia Geral da ONU está hoje reunida para discutir a guerra na Ucrânia, depois de a Rússia ter usado o seu direito de veto no Conselho de Segurança para impedir a aprovação de uma resolução a condenar a sua ação.