Na competição, que decorreu no Centro Nacional de Esqui Alpino, em Yanquing, o covilhanense, de 25 anos, terminou a primeira manga, mais exigente, na 46.ª posição, e melhorou o tempo na segunda descida, com um traçado mais direto e mais rápido, ficando a 22,22 segundos do novo campeão olímpico, o francês Clement Noel, que terminou as duas mangas em 1.44,09 minutos.
O austríaco Johannes Strolz juntou ao ouro em Pequim2022 no esqui alpino combinado a prata no slalom e o campeão do mundo, o norueguês Sebastian Foss-Solevaag, conquistou a medalha de bronze.
Na pista Ice River, Ricardo Brancal foi o 82.º atleta a entrar na prova que 43 esquiadores não terminaram, entre os quais o líder do ´ranking` mundial, o norueguês Lucas Braathen, o austríaco Manuel Feller ou o sueco Henrik Kristoffersen, o atleta em competição no slalom com melhor currículo.
O timorense Yohan Gonçalves foi o último classificado, no 45.º lugar.
Ricardo Brancal, que desde os 13 anos compete com as cores lusas, pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, estreou-se em Pequim2022 no slalom gigante, com um 37.º lugar na prova de slalom gigante, a 28,05 segundos do vencedor, o suíço Marco Odermatt, e conseguiu o objetivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse na disciplina em PeyongChang2018, 38.º no slalom.
Num dia com condições atmosféricas adversas, e em que 42 atletas não terminaram a prova, Ricardo Brancal foi cauteloso no slalom gigante, mas na competição pela qual tem preferência, o slalom, antecipou a possibilidade de “arriscar um pouco mais”, como aconteceu, reduzindo o tempo para o líder.
“No gigante foram duas descidas estratégicas, para chegar ao fim. Agora no slalom arrisquei um pouco mais e as coisas correram bem, podiam ter corrido mal, mas felizmente estava sólido”, disse hoje Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.
Depois de uma primeira manga que exigiu maior esforço físico, e que terminou “exausto, na segunda foi uma questão de acelerar em certos setores e ter mais cuidado em outros”.
Apesar de ter ultrapassado atletas na segunda descida e de estar “satisfeito com o resultado”, o esquiador da Covilhã definiu-se como “muito crítico” consigo próprio e referiu ter sentido que podia “ter feito um ou dois segundos melhor, o que iria alterar uma a duas posições na classificação”.
“Dei o meu melhor, mas acho sempre que falta qualquer coisinha”, frisou o atleta, que para já não pensa no futuro, depois de ano e meio de preparação.
Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, tendo em conta o nível competitivo, e ambicionava superar o melhor lugar de Arthur Hanse, 38.º no slalom e 66.º no slalom gigante em PeyongChang2018, afirmou regressar a Portugal com resultados que não esperava, consequência da sua “dedicação” e de “uma ética de trabalho que deu frutos”.
“O 37.º lugar em gigante e o 39.º em slalom eram resultados de que eu não estava à espera. Foram boas surpresas e, na minha estreia olímpica, levo dois grandes resultados para casa e para o nosso país”, acentuou o esquiador português, em declarações à agência Lusa.
Nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, que decorrem entre 04 e 20 de fevereiro, na China, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo.