Esta foi uma das conclusões do estudo "Identificação de Padrões Desviantes na Primeira Venda de Pescado", que permitiu, segundo o investigador principal Leid Zejnilovic, detetar um "aumento visível em padrões" através de dados de pescado entregue em lota e obtidos antes, durante e depois do encerramento de atividades.
"A nossa estimativa aponta para que, durante as nove semanas de fecho de restaurantes, considerando as espécies mais valorizadas, houve mais pesca entregue em lota para leilão – entre 32 e 93 toneladas – do que sem os restaurantes fechados", exemplificou o investigador e professor na Nova School of Business & Economics (SBE).
O estudo sugere que o aumento das vendas pode ter sido provocado pela diminuição da fuga à lota, em função da quebra de procura por parte dos restaurantes, o que pode ter feito aumentar a entrega do pescado que antes seria vendido diretamente aos estabelecimentos, fora do circuito legal.
O projeto resultou de uma colaboração entre a Associação Natureza de Portugal/WWF, a Docapesca e o Nova SBE Data Science Knowledge Centre, que analisaram dados para determinar o impacto das medidas de controlo da pandemia, como o fecho dos restaurantes, nos padrões de primeira venda do pescado por leilão em 22 lotas portuguesas.