O estudo “Notas Sobre a Economia Venezuelana”, divulgado pelo Instituto de Investigações Económicas e Sociais da UCAB, sublinha que há “uma profunda deterioração do nível de rendimento da população e uma maior concentração das despesas nas necessidades básicas” dos venezuelanos.
Feito pelos economistas Luís Zambrano Sequín e Santiago Sosa, o estudo faz parte da investigação sobre “Estrutura e Desigualdade no Consumo dos Lares na Venezuela 2020-2021” e revela que “91,3% das famílias” venezuelanas “são pobres em termos das despesas de consumo que declaram”.
O estudo da UCAB indica que 65,7% dessas famílias estão em pobreza extrema e 25,6% são pobres não extremos ou moderados.
"A profunda deterioração do nível de rendimento da população tem forçado as famílias a concentrarem as suas despesas em bens perecíveis e bens de primeira necessidade. 96% dos agregados familiares realizaram gastos em alimentos, 84% em higiene pessoal e 75% em artigos de limpeza”, explica o documento.
Em contraste, apenas 14% comprou roupa, 8,22% produtos não relacionados com o lar, 7,94% em recreação e 0,02% fez investimentos com viaturas.
No documento, os investigadores observaram também “uma redução significativa da média real da despesa alimentar em toda a população, independentemente da condição de pobreza ou não” e que “a redução relativa da despesa alimentar média entre 2020 e 2021 tem sido mais significativa para as famílias pobres (-34%) em comparação com as famílias não pobres (-24%)”.
O ensaio dá conta também do “aumento das desigualdades entre estratos sociais. No biénio 2020 e 2021, a desigualdade na despesa em alimentos foi de 18,1% e a despesa geral de 81,3%.