A imagem de Câmara de Lobos, associada ao estigma da extrema pobreza mudou e hoje é um concelho "diferente, renovado", "apetecível" para visitantes e investidores e "está na moda".
"Ao longo dos 40 anos de autonomia, Câmara de Lobos transformou-se e isso deveu-se sobretudo às pessoas, porque era um concelho com estigmas sociais, muita pobreza, muita exclusão social e hoje é um município diferente, renovado", diz o presidente da autarquia.
Pedro Coelho exemplifica com o caso do Ilhéu, o rochedo na emblemática baía da cidade, que foi pintada pelo antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill quando visitou a Madeira, onde durante muitos anos viveram, apinhadas em pequenos espaços nos quais se respirava a miséria, muitas famílias, e que se transformou num "planalto verde", um jardim que foi palco para espetáculos de artistas nacionais e regionais, como as fadistas Mariza e Ana Moura.
As centenas de famílias que residiam naquele Ilhéu foram transferidas para o primeiro bairro social construído na Madeira pelo Governo regional liderado por Alberto João Jardim. O bairro ficou conhecido pelo nome de "Malvinas" e foi inaugurado a 25 de julho de 1982.
O responsável autárquico refere que está também em curso um projeto de requalificação da baixa da cidade, porque "é importante que o Ilhéu tenha casas habitáveis e pescadores", realçando que vai surgir no edifício da antiga lota uma unidade hoteleira, um projeto que "tem vários interessados".
"Há 20/30 anos não seria possível pensar fazer um hotel na baixa da cidade. Se calhar, muitos hoteleiros não arriscariam, tendo em conta os problemas que tínhamos no passado", opina, destacando que hoje Câmara de Lobos "é procurado" e há casas do Ilhéu "que estão a ser procuradas sobretudo por ingleses e franceses".
Pedro Coelho reforça que "Hoje, Câmara de Lobos está de cara lavada, é a terra da poncha, a terra da espetada, é a terra do Vinho Madeira", frisa, considerando que esta localidade é, presentemente, "apetecível, tanto por locais como visitantes".
(Lusa)