Em comunicado, o ECDC explica que apesar de o número de casos identificados se manter, para já, baixo na maioria dos países da União Europeia, a circulação do vírus da gripe já está acima do limite sazonal na Croácia, “o que é extremamente precoce”.
Além da identificação precoce de casos, a principal variante detetada entre os casos registados no último mês é influenza A, que, segundo o ECDC, afeta desproporcionalmente os idosos e está associado a uma menor eficácia da vacina.
Sem conseguir prever com exatidão como será a próxima época gripal, o especialista Pasi Penttinen, do ECDC, sublinha a necessidade de tomar as precauções necessárias de forma a proteger os mais vulneráveis.
“Um aumento acentuado nas infeções de gripe durante a pandemia de covid-19 pode ter consequências graves para os idosos e aqueles com sistema imunológico fraco e pode representar uma carga adicional para os sistemas de saúde já afetados pela pandemia”, alertou, citado em comunicado.
De acordo com o ECDC, no ano passado registou-se uma quebra significativa, superior a 99%, no número de casos de infeção pelo vírus da gripe na União Europeia, potencialmente como resultado das regras e cuidados impostos pela pandemia da covid-19.
“Na sequência da nossa experiência com a pandemia da covid-19, temos agora mais evidências de que intervenções não farmacêuticas como o distanciamento social e medidas de higiene podem limitar com eficácia a disseminação do vírus”, aponta o mesmo especialista.
O ECDC apela para a manutenção de muitos desses cuidados, destacando a importância da vacinação contra o SARS-CoV-2 e contra a gripe que, segundo Pasi Penttinen “também oferecem uma boa proteção contra a doença grave”.
“Aqueles que trabalhem em lares ou em ambiente de saúde deveriam assegurar que estão vacinados antes dos meses de inverno”, reitera.
Em Portugal, o processo de vacinação contra a gripe arrancou no final do mês de setembro para residentes, utentes e profissionais de estabelecimentos de respostas sociais, doentes e profissionais da rede de cuidados continuados integrados, profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e grávidas.
Entretanto, foi alargado a maiores de 65 anos que estão também, desde 11 de outubro, a ser chamados para receber a terceira dose da vacina contra a covid-19, à semelhança dos utentes de lares e de unidades cuidados continuados.