“Este agravamento, com a subida brutal do preço dos combustíveis, da eletricidade e também dos fertilizantes e da alimentação animal, tem efeitos diretos na competitividade do setor e impactos desastrosos no rendimento dos agricultores que já antes era de cerca de metade do rendimento dos demais cidadãos”, apontou, em comunicado, a CNA.
A confederação notou que, após o impacto da pandemia de covid-19, a subida dos preços dos fatores de produção poderá levar os agricultores a reduzir ou abandonar a produção, aumentando a dependência alimentar do país.
Por outro lado, a CNA receia que isto tenha consequências ao nível dos preços do consumidor, ressalvando que “possíveis aumentos podem não vir a compensar os agricultores”.
Neste sentido, lembrou que, por cada 100 euros pagos pelo consumidor, metade vai para a distribuição, 30 euros dos quais correspondem à transformação e os restantes 20 euros para os agricultores.
Destes 20 euros, 75% correspondem a custos de produção, segundo dados do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, citados pela CNA.
Já no que se refere aos combustíveis, a confederação pediu que o Governo adote medidas para minimizar os efeitos na produção, como o aumento do desconto nos impostos em vigor para o gasóleo agrícola.
A par disto, a CNA reitera a necessidade de implementação de medidas de regulação do mercado que proíbam, por exemplo, “que se pague aos agricultores pelos seus produtos abaixo do custo de produção, e que regulem a especulação com o preço dos alimentos e dos fatores de produção”.