O inquérito indica que 20% da população em idade ativa “experiencia transtornos mentais de forma leve a moderada em algum momento da sua vida”.
Em documento divulgado com o estudo, frisa-se que o contexto da saúde mental na Europa “já era preocupante” muito antes da pandemia, com mais de 84 milhões de pessoas com problemas de saúde mental e 165.000 mortes anuais devido a doença mental ou suicídio.
“O suicídio é a sexta causa de morte na população, em geral, e a quarta causa de morte na população jovem. Em alguns países, o impacto dos transtornos mentais em jovens é maior do que o de todos os outros problemas de saúde juntos”, lê-se no documento divulgado por um grupo privado.
Mulheres grávidas, no período pós-parto ou vítimas de traumas, como aborto espontâneo ou abuso de parceiros, foram consideradas as mais suscetíveis aos impactos psicológicos da pandemia.
O peso das tarefas domésticas e dos cuidados com os filhos também teve um impacto significativo no bem-estar mental das mulheres, com 44% das mulheres com filhos menores de 12 anos a relatar dificuldades nas responsabilidades domésticas, em comparação com apenas 20% dos homens.
À medida que a pandemia avançou, a exposição prolongada dos profissionais de saúde a situações extremamente stressantes e potencialmente traumáticas tornou-os particularmente vulneráveis ao stresse mental e à ansiedade, com impacto a longo prazo na saúde: “Na Europa, 57% dos profissionais de saúde relatou que teve sintomas de stresse pós-traumático durante o pico da pandemia”.
A taxa de emprego de pessoas que sofrem de depressão é “muito heterogénea”, com taxas a variar entre os 27%, na Roménia, e os 68%, na Alemanha. “No entanto, episódios de absentismo e presenteísmo (corpo presente no local de trabalho, mas mente ausente) são frequentes e o custo da perda de produtividade do trabalho é elevado (igual a 1,6% do PIB europeu)”, segundo a mesma fonte.