“As vacinas contra a gripe sazonal não são para todos os portugueses. E isso é muito importante que se perceba desde o início; são para as pessoas mais vulneráveis em termos da idade e em termos da sua condição, como, por exemplo, grávidas”, acrescentou a governante, sem deixar de frisar que esta campanha de vacinação foi reforçada numa primeira fase em 140 mil doses e, depois, em mais 300 mil doses num “processo de aquisição em curso”.
Marta Temido notou que a campanha de vacinação da gripe arrancou na segunda-feira, focada nas estruturas residenciais para idosos e em grávidas, além de ter lembrado que no anterior plano de vacinação da gripe “houve vacinas que não chegaram a ser administradas” e que este ano deve estar tudo terminado até 15 de dezembro.
Por outro lado, a ministra da Saúde indicou que a atual planificação prevê a sobreposição da vacina da gripe com a administração de uma terceira dose contra a Covid-19 a alguns grupos da população, mas sem a possibilidade até ao momento de coadministração das duas vacinas em simultâneo. No entanto, assumiu que uma mudança nas orientações a nível europeu poderá dar uma ajuda significativa à marcha deste processo.
“Se essa orientação for disponibilizada pela Agência Europeia do Medicamento, evidentemente que simplificará muito o processo. Neste momento, o plano que desenhámos tem um intervalo entre a vacina contra a gripe sazonal e uma eventual terceira dose contra a Covid-19 de 14 dias como prazo mínimo. Portanto, temos dois desenhos de planos. Estamos preparados para os adotar, porque temos as vacinas e as condições logísticas”, explicou.
Confrontada com a sobrecarga sobre os profissionais dos cuidados de saúde primários, em que muitos foram deslocados para os centros de vacinação Covid-19, desfalcando assim as respetivas unidades, Marta Temido respondeu com a contratação de “mais de 4 mil profissionais para o Serviço Nacional de Saúde” face a dezembro de 2020 e que, devido à pandemia, ainda são necessários alguns ajustamentos a este nível.
“Aquilo que procuraremos fazer é sempre uma alocação de profissionais em função daquilo que são as necessidades prioritárias. Essa articulação entre os centros de saúde e os centros de vacinação contou com a melhor colaboração dos profissionais de saúde, que tenho a certeza que continuaremos a mantê-la enquanto for necessária. Naturalmente que todos desejamos regressar à anterior normalidade, mas estamos ainda num tempo de exceção”, finalizou.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.995 pessoas e foram contabilizados 1.067.175 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.