Na sequência da decisão Conselho de Ministros da União Europeia, relativa ao levantamento da interdição da comercialização do peixe “gata”, também conhecido como o “bacalhau de Câmara de Lobos”, conforme notícia tornada pública, a autarquia de Câmara de Lobos felicita a tutela pelo trabalho desenvolvido na sensibilização das instâncias europeias sobre a importância daquela atividade para a preservação de uma das tradições mais ancestrais do concelho.
A decisão de Bruxelas de proibir a comercialização da Gata de Câmara de Lobos, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2015, causou grande insatisfação junto da comunidade piscatória de Câmara de Lobos. A Câmara Municipal insurgiu-se contra a medida tomada pela União Europeia, tendo no decurso do ano passado dirigido um conjunto de missivas e contactos com diferentes entidades, nomeadamente com o Secretário Regional e a Ministra da tutela.
Por considerar que a captura da gata é acessória e resulta da ação de palange derivante utilizada na pesca do peixe-espada preto, no entanto e que as taxas de captura indesejada de gata são muito residuais, não colocando de forma alguma em perigo a sustentabilidade das populações de tubarões de profundidade, a edilidade considerou excessiva a tomada de posição das instâncias europeias no passado.
Neste sentido, e apesar de a autarquia reconhecer que o volume de descarga da captura involuntária e acessória do peixe “gata” até ao limite de 10 toneladas é manifestamente baixo, pois, segundo pareceres da comunidade científica, não existe necessidade premente de interdição absoluta deste tipo de captura acidental e, no caso particular da espécie em causa, não existem evidências claras de diminuição da sua abundância no Atlântico oriental, justificando-se, por essa via, a criação de um regime de exceção para o caso de Câmara de Lobos, que permita preservar esta importante tradição gastronómica. Não obstante, a Câmara Municipal considera salutar e regista de forma positiva a mudança de posição da União Europeia, por a mesma ser um sinal que abre boas possibilidades de negociação futura de aumento das taxas de descarga dessas espécies.