De acordo com os documentos do tribunal, Richard Jude Daschbach, de 84 anos, é um antigo padre que alegadamente se envolveu em conduta sexual ilícita com vítimas menores, pelo menos desde 2013, no orfanato que dirigia em Timor-Leste.
Além disso, em 2019, um tribunal do Distrito Norte da Califórnia apresentou uma acusação contra Daschbach por fraude eletrónica em conexão com a sua atividade de arrecadação de fundos para o orfanato que dirigia em Timor-Leste.
"A acusação representa um passo significativo em direção à responsabilização pelos danos sofridos por várias crianças vulneráveis supostamente vitimadas por este réu", disse o procurador-geral assistente Kenneth A. Polite Jr., da divisão de crimes do Departamento de Justiça.
"Gostaria de agradecer às equipas de investigação e acusação diligentes pelo seu trabalho hoje e todos os dias para garantir que os predadores infantis enfrentem a justiça e as crianças sejam mantidas em segurança", declarou Polite Jr.
"Este caso mostra que usaremos toda a extensão da lei para processar cidadãos dos Estados Unidos que supostamente são predadores de crianças, não importa o quão longe tenhamos de ir para trazê-los à justiça", disse o procurador-geral dos Estados Unidos Channing D. Phillips, do distrito de Columbia.
Daschbach é acusado nos Estados Unidos de sete acusações de envolvimento em conduta sexual ilícita em lugar estrangeiro, Timor Leste. Se condenado, enfrenta uma pena máxima de 30 anos de prisão pela acusação.
O FBI está a investigar o caso e o Escritório de Assuntos Internacionais do Departamento de Justiça está a prestar uma assistência significativa.
Este caso foi apresentado como parte do Projeto Infância Segura, uma iniciativa norte-americana para combater a crescente epidemia de exploração e abuso sexual infantil, lançada em maio de 2006 pelo Departamento de Justiça norte-americano.
Richard Daschbach, 84 anos, está a ser acusado de 14 crimes de abuso sexual contra menor, um de pornografia infantil e violência doméstica, alegadamente cometidos ao longo de anos no orfanato Topu Honis, no enclave de Oecusse-Ambeno, em Timor-Leste.
Daschbach foi expulso da congregação da Sociedade do Verbo Divino (SVD) em Timor-Leste e do sacerdócio pelo Vaticano pelo "cometido e admitido abuso de menores", com a decisão a basear-se numa detalhada investigação, incluindo a sua confissão oral e escrita.
O caso está a causar amplos debates no país, levando a ataques e a ameaças de alguns dos apoiantes de Daschbach contra jornalistas, alegadas vítimas e organizações de apoio a vítimas.