“Eu não sei o que aconteceu. Lembro-me de ter passado a meia maratona, porque por volta dos 18 quilómetros parei para ir à casa de banho, mas, depois, comecei a correr e caí para o lado, não me lembro de nada”, disse a atleta natural de Santo Tirso à agência Lusa.
Na zona mista, Sara Moreira seguia amparada por um elemento do ‘staff’ nacional, depois de ter deixado o percurso de cadeira de rodas, inanimada, segundo constatou a Lusa no local, num momento em que se registavam 30 graus Celsius.
“Agora estou bem, na medida do possível. Sei que passei os 21 quilómetros, mas não sei quando caí”, desabafou a maratonista, de 35 anos, que, nessa altura, seguia no 75.º lugar, a 03.27 minutos do grupo de 12 atletas que liderava a prova.
Segundo a atleta, o momento foi "um susto", mas sente-se bem, e, embora tivesse gostado de terminar, ter participado "já foi uma grande vitória".
“Estou cá, estou viva. Estou triste porque queria, pelo menos, terminar a corrida. Não foi possível. Nada disso apaga tudo o que fiz para estar cá”, declarou.
Sara Moreira terminou a quarta presença olímpica em dificuldades físicas, depois de ter desistido na maratona do Rio2016, de ter sido 14.ª nos 10.000 metros em Londres2012 e 22.ª nos 3.000 metros obstáculos em Pequim2008.
A atleta do Sporting foi campeã da Europa da meia maratona, em 2016, e terceira e quarta na Maratona de Nova Iorque, em 2014 e 2015, respetivamente, tendo assegurado a presença em Tóquio2020 com o registo de 02:26.42 horas, em Twente, nos Países Baixos, em 18 de abril de 2021.
Carla Salomé Rocha foi a primeira portuguesa a terminar a maratona de Tóquio2020, na 30.ª posição, a 07.32 minutos da vencedora, a queniana Peres Jepchirchir, à frente de Sara Catarina Ribeiro, que concluiu os 42,195 quilómetros disputados no parque Odori, em Saporo (a cerca de 800 quilómetros de Tóquio), no 70.º lugar, a 27.41 minutos de Jepchirchir.
A queniana concluiu a corrida – cujo início foi antecipado para as 06:00 locais (22:00 em Lisboa), devido à previsão de calor intenso – em 02:27.20 horas, à frente da compatriota Brigid Kosgei, recordista mundial, segunda colocada, a 16 segundos, e da norte-americana Molly Seidel, terceira, a 26.