Estas convicções de António Costa foram transmitidas no seu discurso que encerrou a cerimónia de assinatura de um protocolo com o setor social no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no Palácio Marquês do Alegrete, em Lisboa — compromisso que envolve um investimento de 465 milhões de euros destinado à infância, pessoas com deficiência e envelhecimento.
"Este não é um plano do Estado, para o Estado e feito para o Estado. Este é mesmo um plano para o conjunto do país", declarou o líder do executivo, após ter recebido rasgados elogios por parte do padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade.
A seguir, António Costa devolveu os elogios, dizendo que são mesmo essenciais as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), as misericórdias, as mutualidades e as cooperativas, porque em todas as áreas sociais é possível identificar "intervenções que serão mais bem realizadas por estas entidades do que se fossem realizadas pelo Estado".
Neste contexto, apontou como exemplos as áreas da saúde, particularmente em termos de rede de cuidados integrados, ou os cuidados domiciliários, assim como ao nível da habitação. Na habitação de emergência destacou casos de "situações extremas de cidadãos em grande carência" ou a problemática em torno dos refugiados, das vítimas de violência doméstica e das pessoas sem abrigo.
"A capilaridade destas instituições, com uma presença seguramente em todos os concelhos, assegura que estes investimentos não ficarão concentrados numa determinada zona, mas vão distribuir-se pelo conjunto do país. Estas instituições respondem também à necessidade de se absorver o desemprego gerado por esta crise, criando-se novas oportunidades de trabalho", sustentou, reiterando uma posição momentos antes defendida pela ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
António Costa fez depois questão de salientar que, por via deste protocolo com o setor social, os novos postos de trabalho a criar por via dos investimentos a realizar pelo setor social "não serão concentrados nos grandes centros urbanos, mas sim distribuídos por todo o território nacional".
"As instituições do setor social são de uma enorme importância no emprego, mas são também um fator de coesão territorial, porque levam estes equipamentos e as oportunidades de desenvolvimento a toda o território nacional. Não tenho a menor das dúvidas em confiar na palavra do padre Lino Maia. Tenho a certeza que é graças ao setor social que seremos mesmo os melhores a executar o PRR", declarou o Primeiro-ministro.