Num comunicado, este grupo de cientistas disse querer "soar o alarme sobre a perigosa resposta do governo britânico ao aumento exponencial das infeções".
O primeiro-ministro, Boris Johnson, confirmou na passada segunda-feira que pretende suspender quase todas as últimas restrições de saúde ainda em vigor devido à pandemia até 19 de julho, incluindo a obrigatoriedade por lei do uso de máscara e distanciamento social.
Determinado em "restaurar as liberdades", o líder do Partido Conservador argumentou que este é o "momento certo" para o fazer, apesar de a variante Delta do coronavírus, mais contagiosa, continuar a fazer subir o número de casos.
Nas últimas 24 horas eram registados quase 52 mil casos, acima dos 48.500 da véspera.
O Reino Unido é um dos países europeus mais afetados, com mais de 128.000 mortes, mas também um dos mais avançados na vacinação, estando mais 66% dos adultos totalmente vacinados.
“Os ministros foram informados de que este plano provavelmente resultaria em um a dois milhões de casos nas próximas semanas e potencialmente em sete a 10 milhões até o final do ano, e um pico de mais de 100.000 casos por dia ao longo do verão", deploram os cientistas, incluindo os especialistas em saúde pública Walter Ricciardi e Michael Baker, que respetivamente aconselham os governos da Itália e da Nova Zelândia.
Os cientistas alertam para os riscos de “covid longa" em pessoas infetadas e o desenvolvimento de uma nova variante resistente à vacina.
"A estratégia atual de infeção em massa corre o risco de prejudicar os esforços para controlar a pandemia não apenas no Reino Unido, mas também em outros países", alertam, instando o governo a "reconsiderar urgentemente" seu plano.
C/Lusa