Pediram ainda à comunidade internacional que continue a acompanhar com atenção para a Venezuela e que apoie os venezuelanos nas reivindicações dos seus direitos.
“João Paulo II é um ícone na Venezuela e no mundo, por ter alcançado a paz, por ser de um líder espiritual que encheu o mundo de paz, e isso é o que hoje falta na Venezuela”, explicou Luís Miguel González à Agência Lusa.
Este jovem universitário disse representar “todos os que hoje sofrem, os que não têm a segurança que o Estado deve proporcionar” e apelou a “replicar, em oração, nas igrejas, nas comunidades” o desejo dos venezuelanos à solução da crise local, em paz.
“Não somos responsáveis por esta crise, mas podemos ser responsáveis por resolvê-la e ajudar o país. A insegurança é dos principais problemas que atormentam os venezuelanos e o Estado venezuelano, que é o proprietário e detém o monopólio das armas, tem feito absolutamente o contrário do que a Constituição estabelece, que é proporcionar segurança, conforto aos venezuelanos”, disse.
Segundo Luís Miguel González, “o Supremo Tribunal de Justiça está totalmente sequestrado, dedicado a fins políticos e não a resoluções judiciais para evitar este tipo de conflitos”.
“Vemos os organismos do Estado raptados a obedecerem ordens políticas, em vez de cuidarem, apoiarem e protegerem os cidadãos (…) todos estamos à mercê dos criminosos, as balas não distinguem entre cor ideológica, nem condição social, simplesmente perseguem a vida humana”, explicou.
Por isso, disse, “exortamos a comunidade internacional a observar o que está a acontecer na Venezuela, a estar atenta e disposta a continuar a ajudar-nos, porque vemos como um Estado totalmente falhado está a aniquilar os venezuelanos ao omitir as suas funções”.
“O Estado simplesmente deixa impune a maioria dos atos criminosos e procura culpar a uns ou outros quando tem o controlo absoluto das armas”, disse.
Luís Miguel González sublinhou que têm sido feitas denúncias de falta de separação de poderes e de que os organismos estatais estão “totalmente desarmados, sem munições, nem equipamentos, enquanto há um conglomerado de criminosos com armas de alto calibre” e que “os jovens não podem ficar calados”.
Por outro lado, Héctor Parra, referência à violência ocorrida na última semana em Caracas, e acusou o regime de contar mentiras para justificar o fracasso dos planos de combate à insegurança, ao acusar a oposição de financiar e apoiar grupos criminosos.
“A nossa posição tem sido sempre a de democratas (…) não estamos aqui com a cara tapada, nem a meio da noite. Exercemos o nosso direito cívico, pacífico, democrático e constitucional, de nos organizarmos em partidos políticos”, disse recordando medidas do Supremo Tribunal de Justiça contra o parlamento e o “sequestro” do voto.
“Eles (regime) têm o monopólio das armas (…) não é o Leopoldo López nem Juan Guaidó (líderes políticos opositores). As forças democráticas não são as culpadas”, frisou este estudante.
Héctor Parra insistiu que “o Estado venezuelano perdeu o controlo da insegurança” em todo o país e que não é capaz de dar alimentação, segurança médica, assistência humanitária a uma população que sobre pela crise económica e está indefesa perante grupos irregulares.
“Vamos continuar em resistência, que a comunidade internacional nos acompanhe, e continuaremos firmes e enfáticos ao de denunciar as violações dos Direitos Humanos”, concluiu.