Os dados revelam que a população portuguesa deposita elevados níveis de confiança nas Forças Armadas: mais de 70% tem “muita ou total” confiança (73,4%), valor que contrasta com os 4,1% que não têm “nenhuma” ou “muito pouca”.
Quando questionados sobre a necessidade de existência das FA, a grande maioria considera-as “muito necessárias” (69,7%) e cerca de 29% disse acreditar que, apesar de as Forças Armadas não serem muito necessárias, "a sua existência é legítima".
Já ao nível da disponibilidade para participar na Defesa do país, quase 32% não estaria disposto a integrar uma reserva de voluntários para, em caso de necessidade, participarem na defesa de Portugal e 43,7% demonstrou disponibilidade “mas apenas para participar em missões de apoio à população”.
Apenas 24,4% dos inquiridos estaria disponível para participar na defesa do país em qualquer circunstância, “incluindo na resposta a um ataque militar”.
“Em termos de variação sociodemográfica, os homens demonstraram uma disponibilidade menos condicionada ao motivo, ao passo que as mulheres estão mais disponíveis em caso de missões de apoio à população. Verificou-se também que com o aumento da idade se assiste a uma diminuição dessa disponibilidade”, aponta o estudo.
Questionados sobre se recomendariam a um amigo ou familiar o ingresso nas FA, quase 53% dos inquiridos recomendariam esse ingresso em quaisquer circunstâncias, percentagem que contrasta com os 21,8% que não recomendariam de todo. Já 25,4% recomendariam o ingresso, mas apenas se esse familiar ou amigo não tivesse outra alternativa profissional.
Mostrou-se também maioritária a ideia de que as missões militares devem abranger quer “uma dimensão militar/de combate, quer também uma vertente mais conotada com a proteção civil e de apoio às populações”, e que as Forças Armadas “são eficazes no cumprimento das missões” e a sua atuação “contribui para o prestígio internacional do país”.
Cerca de 57% dos inquiridos considerou ainda que as mulheres estão bem integradas nas Forças Armadas.
Para este estudo foram inquiridos 1509 cidadãos portugueses, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal Continental e Regiões Autónomas.
A recolha de informação foi feita entre os dias 07 de janeiro e 24 de fevereiro de 2021, em período pandémico, o que pode ter tido impacto sobre os resultados “quer em virtude de uma maior perceção de ameaça à segurança, quer pela maior visibilidade pública das Forças Armadas devido ao papel de relevo que assumiram na estratégia de combate à pandemia”, refere o documento.
Os resultados são hoje à tarde apresentados no IDN, em Lisboa, pelos coordenadores científicos, Pedro Magalhães, investigador principal do ICS – Universidade de Lisboa, e Raquel Vaz-Pinto, investigadora integrada do IPRI-Nova, numa sessão que conta com a diretora do IDN, Helena Carreiras, na abertura e na moderação do debate, e com o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, no encerramento.