Com vários membros do Governo sentados nas primeiras filas da plateia, o Primeiro-ministro considerou que a presidência portuguesa deixou pelo menos quatro sementes, desde o debate sobre a governação económica da Europa, o plano para a dimensão social e a abertura ao exterior da União Europeia em contraponto com uma perspetiva protecionista.
Mas foi no capítulo da conferência sobre o futuro da Europa que o líder do executivo português deixou mais avisos.
"Espero que não seja um debate entre Estados-membros, um debate sobre instituições, mas que esteja centrado nas aspirações dos europeus. Temos de nos centrar no debate sobre o futuro da Europa, porque, com franqueza, é necessário confrontar as diferentes visões que hoje existem no seio da União Europeia", advogou.
De acordo com o Primeiro-ministro, "não vale a pena iludir fingindo que não há dúvidas sobre o que deve ser a União".
"Alguns, verdadeiramente, gostariam que a UE não fosse União, mas que fosse algo que já foi e deixou de ser, limitando-se a um mercado interno que gerasse maior valor acrescentado do ponto de vista interno e ponto final. Hoje a União Europeia é muito mais do que isso", frisou António Costa.
A quarta presidência portuguesa da União Europeia terminou em 30 de junho, passando o testemunho à Eslovénia à frente do Conselho da UE nos próximos seis meses.
O semestre português foi encerrado, na quarta-feira, com a Cimeira da Recuperação, organizada pelo Ministério das Finanças e que juntou em Lisboa ministros europeus, comissários, eurodeputados e especialistas para debater a reforma da economia europeia após a pandemia de Covid-19 e o modelo de governação económica da UE.