"A verdade é que depois de alguns soluços, que provavelmente ocorreram porque a União [Europeia] nunca teve um teste tão grande, estamos a distribuir a todos os Estados-membros as vacinas ao mesmo ritmo, e estamos a assegurar a cobertura da maioria da população europeia", disse Pedro Siza Vieira nos Encontros Económicos, realizados a partir de Aix-en-Provence, em França.
Falando por videoconferência, Pedro Siza Vieira destacou que a os progressos na vacinação contra a covid-19 se devem à ação da UE.
"Se falarmos que como a vacinação está a correr agora, no segundo trimestre deste ano, sabemos que isto se deveu ao facto de decidirmos comprar coletivamente", assinalou o governante.
Pedro Siza Vieira lembrou que inicialmente a Comissão Europeia "foi criticada muito dramaticamente acerca da forma como comprou vacinas e sobre como supostamente estava atrasada relativamente ao Reino Unido ou aos Estados Unidos".
Porém, o ministro acabou por salientar a coordenação ao nível europeu e a gestão da crise face a anteriores discórdias entre os Estados-membros.
"Fizemo-lo porque gerimos coletivamente o impacto desta crise na União Europeia, com uma abordagem que, devo dizer, me surpreendeu e acredito que a outros observadores também", admitiu.
Pedro Siza Vieira relevou também a ação da UE tanto ao nível dos apoios financeiros, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), da suspensão das regras orçamentais e ainda das regras especiais de ajudas de Estado.
"Evitámos o pior. E agora que estamos a projetar a saída da crise, temos de reconhecer que a UE teve um papel muito significativo nisso", salientou o ministro português.
Quanto à situação económica portuguesa, Pedro Siza Vieira salientou que o impacto negativo da contração associada à pandemia "não foi tão severo como toda a gente receava".
"Vimos que quando levantámos as restrições, as empresas puderam reagir e responder imediatamente ao aumento da procura", referiu
O ministro destacou ainda que "as exportações de bens estavam a aumentar, no final de 2020 e início de 2021, comparando com o que aconteceu em 2019", e que "o investimento continua muito forte e continua a haver construção".