“Portugal pretende tornar-se num dos países mais digitais do mundo. A ambição de liderarmos no digital tem por base pessoas, empresas e uma Administração Pública preparadas para os desafios da transição tecnológica”, garantiu André de Aragão Azevedo, numa mensagem gravada para a Cimeira Económica e Comercial Transatlântica, organizada pela Câmara do Comércio Americana em Portugal.
O governante lembrou que o debate sobre a digitalização é “essencial para a criação de oportunidades” de desenvolvimento das relações entre os Estados Unidos e a União Europeia, sublinhando que a presidência portuguesa do conselho da União Europeia teve “enorme foco” nas relações internacionais.
Fazendo um resumo dos pontos alcançados, neste âmbito, durante a presidência portuguesa, que decorre até ao final do mês, André de Aragão Azevedo lembrou que foi inaugurado o cabo ‘EllaLink’, que constitui a primeira ligação direta de alta velocidade, a partir de Sines, ligando a Europa à América do Sul.
A par disto, o governante destacou a apresentação da declaração de Lisboa, uma “proposta única no domínio da ética”, que apresenta os princípios estruturantes para uma sociedade e economia digitais.
Presente na mesma sessão, o ‘country manager’ da Google Portugal, Bernardo Correia, considerou que a digitalização constitui uma “extraordinária oportunidade para os dois lados do Atlântico”.
Referindo-se a Portugal, este responsável da Google disse que uma parte da população ainda não tem ferramentas digitais, situação que defendeu ter que ser rapidamente solucionada.
Já sobre o cabo submarino de internet da Google, que vai ligar Portugal à África do Sul, Bernardo Correia disse que vai representar um impacto de 5.000 milhões de euros na economia portuguesa.
Por sua vez, o presidente da Accenture Portugal, José Gonçalves, lembrou que a capitalização do mercado é, atualmente, constituída por empresas ligadas ao digital, como a Apple, Microsoft, Amazon, Google e o Facebook.
José Gonçalves considerou ainda ser necessário acelerar a digitalização dos ‘players’ que estão em Portugal, atrair ‘hubs’ digitais multinacionais para o país e criar um novo negócio global de digitalização.
Já Tyson Barker, ‘head of technology and foreign policy’ do German Council ‘on foreign relations’ defendeu que a digitalização é a “oportunidade de uma geração” e que a Europa está no meio deste “’Big Bang’”, afirmando ainda que a discussão em torno desta temática tem que ser feita pelas várias administrações, sendo importante a “convergência” em tópicos como os relacionados com os mercados.