Cristiano Ronaldo acabou a época 2020/21 como melhor marcador da Serie A italiana de futebol e, coletivamente, venceu a Taça de Itália e a Supertaça, mas, globalmente, a Juventus viveu época muito negativa.
‘Formatada’ para as grandes competições, por isso pagou em 2018 100 milhões de euros ao Real Madrid para ter o futebolista luso, a ‘velha senhora’ voltou a claudicar na Liga dos Campeões e, desta vez, nem o campeonato transalpino logrou ganhar.
Nos três anos com Ronaldo, a ‘Juve’ terá conquistado mais prestígio e visibilidade, mas ganhou menos do que nos três anteriores à vinda do internacional luso, apesar de este ter feito os seus números, sendo sempre o melhor marcador da equipa.
Sob o comando de Andrea Pirlo, que assumiu a equipa em 2020/21 e não vai continuar, a formação de Turim raramente mostrou ser um coletivo forte, o que explica a queda perante o FC Porto nos ‘oitavos’ da ‘Champions’ e o quarto lugar da Serie A, salvando ‘in-extremis’ a presença na próxima edição da Liga dos Campeões.
Cristiano Ronaldo, cada vez mais um finalizador, um jogador de último toque, sem grande influência no jogo da equipa, será dos menos culpados, ele que voltou a ser, destacado, o melhor marcador da equipa, com 36 tentos, em 44 jogos.
O futebolista português destacou-se, sobretudo, na Serie A, conseguindo, com 29 tentos em 33 jogos, carimbando o título de melhor marcador do campeonato, para repetir o que havia conseguido uma vez em Inglaterra e três em Espanha.
Nos títulos conquistados, Ronaldo marcou um golo, o que abriu o marcador, no triunfo por 2-0 sobre o Nápoles, na Supertaça, e, na Taça de Itália, também foi decisivo, com um ‘bis’ no reduto do Inter Milão (2-1), na primeira mão das meias-finais.
A época 2020/21 foi também, para o jogador luso, tempo de festejar centenários, especialmente os 100 golos por Portugal, marca atingida e ultrapassada logo no seu primeiro jogo da época, na Suécia, em 08 de setembro de 2020, num triunfo por 2-0 para a Liga das Nações.
Cristiano Ronaldo atingiu os 100 golos aos 45 minutos, na transformação de um livre direto, para, aos 72, ‘bisar’ e colocar a ‘fasquia’ nos 101 – entretanto já chegou aos 103, a escassos seis do recordista mundial por seleções, o iraniano Ali Daei.
Na parte final da época, mais precisamente em 12 de maio, o internacional luso, de 36 anos, atingiu tanto o centenário de tentos pela Juventus, num triunfo por 3-1 no reduto do Sassuolo, em encontro da 36.ª jornada do campeonato transalpino.
Ronaldo tornou-se, assim, o primeiro jogador a marcar 100 ou mais golos por três equipas (Manchester United, Real Madrid e Juventus), registo que junta ao centenário na seleção ‘AA’ e igualmente na Liga dos Campeões.
Depois de uma época 2019/20 que se prolongou até agosto, Ronaldo iniciou a de 2020/21 ao serviço da seleção das ‘quinas’, falhando por lesão a Croácia (4-1), para, depois, completar o centenário de golos face aos suecos (2-0).
Na Serie A, também começou bem, com um golo à Sampdoria (3-0) e dois em Roma, frente a Paulo Fonseca (2-2), para, depois, viver o pior momento, com o ‘positivo’ à Covid-19, na seleção, que lhe ‘roubou’ cinco jogos.
Voltou no primeiro dia de novembro, e logo com um ‘bis’, em Spezia (4-1), mas o mês não acabou muito bem, com um desaire caseiro face à França (0-1), na Liga das Nações, que afastou Portugal da hipótese de revalidar o título.
O último mês do ano começou com o primeiro golo da época na ‘Champions’, na receção ao Dinamo Kiev (3-0), mas o melhor aconteceu no dia 08, com um ‘bis’, ainda que de penálti, em Nou Camp, num 3-0 ao FC Barcelona que valeu a vitória no Grupo G.
Até ao fim do ano, ainda conseguiu mais dois ‘bis’, em Génova (3-1) e Parma (4-0), mas a última imagem foi um preocupante 0-3 na receção à Fiorentina. Após 14 rondas, a ‘Juve’, com um jogo em atraso, seguia em sexto, a nove pontos de Inter e 10 de AC Milan.
O ano abriu com mais dois tentos, à Udinese (4-1), seguindo-se uma vitória importante na casa do AC Milan (3-1), mas, em matéria de título, tudo ficou, praticamente, hipotecado em 17 de janeiro, com um desaire por 2-0 na casa do Internazionale.
Três dias após esse embate, a Juventus conquistou o primeiro troféu da época, a Supertaça, com um triunfo sobre o Nápoles por 2-0, com Ronaldo a inaugurar o marcador, aos 65 minutos. O segundo golo, do espanhol Morata, chegou já aos 90+5.
Depois da Supertaça, em janeiro, Ronaldo abriu fevereiro a encaminhar a equipa para a Taça de Itália, com um ‘bis’ no reduto do Inter Milão (2-1), com tentos aos 26 e 35 minutos, o primeiro de penálti, depois de Lukaku dar vantagem aos locais.
Com o campeonato ‘perdido’, depois de um 0-1 em Nápoles, a Juventus começou a jogar com o FC Porto os oitavos de final da ‘Champions’ e perdeu por 2-1 no Dragão, um resultado tão positivo como feliz, com Chiesa a reduzir perto do fim.
Cristiano Ronaldo não foi fator no Porto e também não o foi em Turim, onde a ‘velha senhora’ caiu, ao vencer por 3-2, após prolongamento. Depois de Ajax (2018/19) e Lyon (2019/20), deu-se o terceiro ‘trambolhão’ inesperado.
Com o grande objetivo da época falhado e o segundo, o campeonato, também comprometido, a Juventus ‘arrastou-se’ até à final da Taça de Itália, que acabou por conquistar, em 19 de maio, com um 2-1 à Atalanta, selado por Kulusevski e Chiesa.
A fechar, um 4-1 em Bolonha, com Ronaldo no banco, salvou a ‘Champions’ 2021/22, com a ajuda do Nápoles, que fez o ‘favor’ de não ganhar em casa ao Verona.