“Neste momento está a ser estudado qual o processo para trazer, não os legalizados, porque estes estão perfeitamente identificados, mas os não legalizados ao processo de vacinação”, adiantou o vice-almirante Gouveia e Melo à “Grande Entrevista” da RTP3.
Segundo o responsável do plano logístico, existe a necessidade de criar “um número no sistema nacional de saúde” para as pessoas que estão ilegalmente no país, uma vez que “têm de ser identificados de alguma forma perante os serviços de saúde, até para se seguir o processo de vacinação e alguma doença que possam ter”.
“É isso que, neste momento, está a ser estruturado, não dentro da `task force´ – não pertence esta tarefa à `task force` -, mas mal esse processo esteja estruturado, terão direito a ser vacinados, porque são residentes em Portugal”, assegurou o vice-almirante.
Relativamente à eventual vacinação de crianças e jovens contra o vírus SARS-CoV-2, Henrique Gouveia e Melo adiantou que esta é uma matéria que também está a ser analisada pela Direção-Geral da Saúde.
“Há diversas alternativas, uma delas é vaciná-las, a outra é, estando toda a população adulta vacinada, só vacinar as pessoas que saem da adolescência para a fase adulta”, a partir dos 17 18 anos, avançou o coordenador deste grupo de trabalho.
Segundo disse, com todos os adultos vacinados, que representam 90% da população portuguesa, o vírus que causa a covid-19 “tem muita dificuldade em sobreviver porque não encontra hospedeiros suficientes para criar uma pandemia”, tornando-se endémico e controlável.
“As duas coisas estão em cima da mesa: o que é que é a proteção de grupo e como esta proteção se estabelece e quais os riscos e vantagens de vacinar uma população muito jovem”, referiu.
No final de maio, a Comissão Europeia aprovou a utilização da vacina da BioNTech/Pfizer para adolescentes dos 12 aos 15 anos, após o aval da Agência Europeia do Medicamento, explicando que a decisão cabe sempre aos países da União Europeia (UE).
Na mesma entrevista, o coordenador da `task force´ reiterou ainda a meta de 08 de agosto para ter 70% da população portuguesa vacinada, mas salientou que o cumprimento desse objetivo depende do número de vacinas que chegarem a Portugal.
De acordo com Gouveia e Melo, estas vacinas estão a chegar ao país de forma faseada, o que resulta em “surpresas negativas e positivas”, uma vez que há empresas farmacêuticas “que cumprem [a entrega das doses contratadas] melhor do que outras”.
“Há duas empresas que cumprem muito bem, há uma empresa que não cumpriu muito bem e há outra empresa que, de vez em quando, não cumpre”, adiantou o vice-almirante, para quem estas variações “criam alguns problemas” ao plano de vacinação, uma vez que continuam a registar-se atrasos na entrega de vacinas.
O coordenador adiantou ainda que, nas últimas semanas, têm sido administradas uma média de 80 a 100 mil doses diariamente e que, nesta semana, Portugal tem uma disponibilidade de 103 mil vacinas por dia.
C/Lusa